O Iniciador acaba de levantar R$ 32 milhões em uma rodada liderada pela Valor Capital, com participação da big bets, Alter, Arcytus e Norte Ventures. O aporte mostra a força que o Open Finance ganhou no Brasil e reforça o papel central das startups de infraestrutura no avanço do Pix.

Foto: Reprodução / Brazil Journal

Fundada em 2021 por Marcelo Martins, o Iniciador fornece a camada tecnológica que permite a empresas oferecerem soluções como Pix por biometria, Pix automático e Pix inteligente. A startup já atende clientes como iFood, Stone e Nomad e afirma deter 60% de participação no mercado de Pix automático e 50% no Pix por biometria.

“A conexão inicial é complexa, mas o maior desafio é a operação do dia a dia. Fazer isso de forma eficiente, garantindo a maior conversão possível para os clientes”, disse Martins ao Brazil Journal. O executivo pretende usar os recursos para investir em produto, contratar mais pessoas e reforçar o capital prudencial exigido pelo Banco Central.

Crescimento acelerado

A rodada atual é a segunda da companhia. Logo após sua fundação, a startup captou R$ 1,2 milhão com investidores-anjos e especialistas do setor, como Edson Santos, além de empreendedores como Andrés Bilbao, cofundador do Rappi.

De lá para cá, o Iniciador multiplicou por quatro sua base de clientes apenas em 2025. O modelo de monetização é simples: a receita vem de um valor fixo — alguns centavos — por cada transação bem-sucedida realizada nas plataformas de seus clientes. “Nesse momento de início do mercado e de forte competição, ser rápido para lançar produtos é fundamental. E com a gente eles conseguem isso”, afirma Gustavo Bresler, COO da startup.

Pix em ondas

O avanço do Iniciador está diretamente ligado ao calendário de lançamentos do Banco Central. Nos últimos dois anos, o regulador liberou novas funcionalidades que ampliam a presença do Pix no cotidiano: o Pix inteligente (abril de 2024), o Pix por biometria (fevereiro de 2025) e o Pix automático (junho de 2025). A próxima onda será o Pix parcelado, com cobrança de juros — e o Iniciador já planeja estar presente.

Essas novidades transformam o Pix em uma infraestrutura cada vez mais ampla para consumo, assinaturas, autenticação e crédito, criando espaço para intermediários tecnológicos como o Iniciador.

Open Finance à brasileira

Além do Pix, o movimento reflete o avanço do Open Finance no Brasil. “Essa figura da ITP é algo muito novo no mercado. Muitas instituições ainda não entraram nessa modalidade, mas vão precisar de parceiros de infraestrutura”, explica Martins.

Hoje, o Brasil é o maior mercado de Open Finance do mundo em escopo e uso. São mais de 4 bilhões de chamadas semanais, contra 15 bilhões anuais no Reino Unido. “Esse crescimento é muito apoiado pelo Pix, que tem impacto significativo e adoção quase universal na população bancarizada”, completa o fundador.

Se o Pix é a vitrine do sistema financeiro digital brasileiro, o Iniciador mostra que o verdadeiro jogo acontece nos bastidores — onde a eficiência de uma API pode valer milhões.

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