O Nedbank da África do Sul anunciou a aquisição da fintech iKhokha em um negócio 100% em dinheiro avaliado em US$ 94 milhões. A operação posiciona o banco como um dos protagonistas na digitalização do setor de PMEs no país — onde cerca de 60% dos negócios ainda operam com baixa ou nenhuma infraestrutura digital.

Foto: Reprodução

Fundada em 2012, a iKhokha oferece maquininhas, capital de giro, soluções de gestão e ferramentas de pagamento para pequenos empreendedores. O impacto é expressivo: mais de ZAR 20 bilhões em pagamentos digitais processados por ano e ZAR 3 bilhões em crédito distribuído ao setor.

Apesar de incorporada ao Nedbank, a iKhokha manterá sua marca e equipe de liderança — estratégia que preserva a agilidade da operação e o vínculo direto com o empreendedor. A aposta é clara: integrar escala bancária com a capilaridade e usabilidade da fintech.

Jason Quinn, CEO do Nedbank, foi direto: “Empoderar empreendedores é essencial para uma economia próspera e inclusiva.” A leitura do banco é que, ao unir forças com uma plataforma já presente no cotidiano de PMEs, a capacidade de oferecer produtos financeiros mais relevantes e personalizados cresce exponencialmente.

Aquisição com efeito estratégico, não só financeiro

O movimento também espelha uma tendência global: bancos tradicionais acelerando sua digitalização ao adquirir fintechs maduras, com produto validado e base fiel de clientes. É um “atalho” cada vez mais comum para saltar anos de desenvolvimento e alinhar cultura digital com ativos robustos.

Com a iKhokha, o Nedbank não está apenas comprando tecnologia — está comprando acesso direto a um público que tradicionalmente ficou à margem do sistema financeiro.

O negócio lembra um mantra antigo de mercado: quem domina a interface com o cliente, domina o dinheiro. E no caso das PMEs africanas, essa interface agora tem nome — e sobrenome.

Keep Reading

No posts found