Uma fintech cujo o foco são os brasileiros que desejam movimentar recursos no exterior, prepara uma virada de chave no mercado local. Essa é a Nomad, que nasceu em 2020 e, após lançar seu primeiro cartão de crédito no Brasil três anos depois, já projeta uma nova leva de produtos voltados ao público de alta renda a partir de 2026, segundo o Finsiders.

Foto: divulgação / Nomad Global
Segundo afirmou Lucas Vargas, CEO da Nomad, em entrevista ao site, a ideia inicial é diversificar o portfólio da empresa e consolidar sua posição também como fornecedora de soluções domésticas, sem abandonar o DNA internacional.
“Estamos focados em aprofundar o relacionamento com os clientes com os quais já trabalhamos. Esse é o caminho que vemos se desenhando na nossa frente”
O executivo ainda explicou que o cartão de crédito, lançado de forma restrita para cerca de 10 mil usuários, já apresenta resultados animadores e conseguiu abrir espaço para novas apostas.
“Essa será uma nova grande onda de produtos e oportunidades a serem explorados. Em 2026, o que está por vir são mais produtos dessa natureza”
Reforço regulatório
A Nomad aposta na consolidação de outro pilar estratégico enquanto prepara a próxima fase: a Nomad Wealth, uma plataforma de consultoria financeira baseada no modelo sem comissões por produto vendido. O foco estaria, portanto, em clientes com patrimônio mais elevado e perfil de investidor qualificado.
“Esse modelo nos diferencia porque elimina conflitos de interesse e dá ao consultor liberdade para oferecer a melhor solução ao cliente”
Embora ainda pouco disseminado no Brasil, essa bnorma já representa cerca de 50% dos mercados estadunidense e europeu, e a expectativa da fintech é que o Brasil siga a mesma tendência.
Além da ampliação de serviços, a Nomad também reforçou sua atuação regulatória. A empresa criou uma afiliada nos Estados Unidos, a Nomad Investment Services, Inc., já registrada na FINRA, e recebeu autorização da CVM para operar como consultora de valores mobiliários no Brasil.
Brasil na mira, mas sem perder o foco global
A fintech já vinha se destacando por oferecer conta em dólar para brasileiros, com cartão internacional e acesso facilitado a investimentos no exterior. A proposta atraiu mais de 3,5 milhões de clientes e movimentou mais de 7 bilhões de reais em ativos sob custódia. A expansão em solo brasileiro, no entanto, exigiu adaptações significativas.
“O cartão de crédito explora ativos e nuances que não faziam parte da origem da Nomad. Estamos falando de Brasil, motor de crédito, risco. Várias naturezas que não eram nosso foco principal”