As ferramentas de pagamentos on-line devem passar por novas atualizações nos próximos meses, segundo o diretor de Organização do Sistema Financeiro do Banco Central (BC), Renato Gomes. Ação visará diminuir fraudes bancárias e devolução de dinheiro para vítimas.
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No segundo semestre deste ano deverá ocorrer uma atualização no Mecanismo Especial de Devolução (MED), com a adesão opcional dos bancos. Já em 2026, no entanto, a versão 2.0 do MED obrigatoriamente será aderida por todas as instituições.
A iniciativa do BC visa diminuir um tipo de crime recorrente no Brasil, o “Golpe do Pix” – dados do Banco Central apontam que em 2023 foram registrados 2,5 milhões de casos de golpes do tipo no país; houve um aumento de cerca de 80% em crimes similares no ano seguinte.
Na semana passada, o órgão já havia anunciado o lançamento do Pix automático, que está previsto para ser lançado na segunda-feira, 16, durante coletiva de imprensa, em São Paulo.
Avanços contra as fraudes
Se uma pessoa é vítima de fraude e tem dinheiro retirado da conta via Pix, hoje, pode acionar o MED em contato direto pela instituição financeira, o que o permite rastrear a conta que recebeu o valor e, caso possível (se esse valor permanece acessível), é bloqueado e o cliente o recebe de volta.
Esse processo enfrenta limitações, no entanto. Criminosos costumam repassar rapidamente os valores para diferentes contas, o que dificultaria o bloqueio. Embora a autarquia federal já tenha conseguido, via MED, a devolução de cerca de 1 bilhão de reais desde 2021 (quando o Pix começou a funcionar no Brasil), esse valor representa pouco mais de 7% do valor total.
Para solucionar o problema, o MED 2.0 permitirá rastrear e congelar recursos que já tenham sido transferidos para outras contas além da conta de destino original. Essa proposta conversa com o que o chefe do departamento de competição e estrutura do mercado financeiro do BC, Breno Santana Lobo, tinha adiantado no fim do ano passado.
“O Banco Central coordena 11 grupos estratégicos de segurança do Pix, contando com a participação de especialistas. Esses esforços têm mantido os números de fraudes estáveis, apesar da percepção de que fraudes estão em alta”, disse à época.
