Durante o painel “Open Finance e Open Something: Qual Será o Futuro?”, promovido pela BMP no Febraban Tech 2025, representantes da Visa Conecta e da INIT discutiram os avanços do Open Finance no Brasil e os próximos movimentos do mercado, com foco especial na iniciação de pagamentos via Pix.
Mediado por Gabriel Pereira, da Let's Media, o bate-papo reuniu Leonardo Henrique, diretor executivo da Visa Conecta, e Aaron Morais, head de RI da INIT. Para Leonardo, os avanços recentes mostram como o Brasil construiu rapidamente um ecossistema sólido.

Foto: Divulgação / Let’s Money
“A notícia de que um terço da população bancarizada já usa soluções de Open Finance é um dado expressivo, considerando o pouco tempo de implementação. Na parte de dados, principalmente para pessoa física, o caminho já está bem consolidado. Agora, iniciação de pagamentos está apenas começando.”
Aaron complementou ressaltando o papel pioneiro do país: “Já quebramos muita pedra desde 2016. O Brasil não inventou o Open Finance, mas hoje temos um dos modelos mais desenvolvidos do mundo. Implementamos bem as camadas de segurança e consentimento — isso nos coloca como referência global.”
O papel do ITP na nova fase do Open Finance
Um dos principais pontos do debate foi a ascensão do ITP (Iniciador de Transações de Pagamento) como elo entre o Open Finance e o Pix. A figura, regulamentada pelo Banco Central, permite iniciar pagamentos fora do ambiente bancário, sem redirecionamento — por exemplo, diretamente de um app de varejo.
“O ITP funciona como um mensageiro autorizado: ele recebe o comando do cliente e executa a transação com segurança, sem exigir que a pessoa entre no app do banco. Tudo com consentimento e usando a estrutura do Open Finance”, explicou Aaron.
A Visa Conecta, nova empresa criada pela Visa Inc., nasceu com o objetivo de atuar exatamente nesse ponto. A empresa já submeteu seu pedido de licença ao Banco Central e espera começar a operar no final deste ano.
“Olhando para o momento Brasil, com Pix e Open Finance, e para a visão global da Visa, fazia muito sentido. Criamos a Visa Conecta para ser esse provedor de soluções de iniciação de pagamento em múltiplos segmentos”, afirmou Leonardo.
Iniciação de pagamentos deve acelerar muito mais do que os dados
Ambos os executivos concordam que, se o compartilhamento de dados do Open Finance já trouxe avanços importantes, o próximo grande salto será com a iniciação de pagamentos.
“Grande parte do ‘copia e cola’ que hoje acontece no e-commerce vai migrar para iniciação de pagamentos. É simples, rápido e seguro. A proposta de valor vai ficar cada vez mais clara para o cliente final”, disse Leonardo.

Painel ocorreu em megaestande da BMP | Foto: Let’s Money
Ele projeta um crescimento mais rápido do que na primeira fase do Open Finance: “Nossa hipótese na Visa Conecta é que a escalada da iniciação de pagamentos será muito mais acelerada do que foi com dados.”
Por fim, Aaron defendeu que o ITP deve ganhar espaço em diferentes setores regulados à medida que o conceito de Open Something se expande.
“O ITP é um verdadeiro coringa. Ele consegue navegar entre dados, pagamentos, investimentos. Não está preso a um segmento. Vai ser o canal que congrega tudo isso. É inevitável e saudável que continue crescendo”, concluiu.