A Wise nasceu desafiando bancos com uma proposta simples: cortar custos na hora de enviar dinheiro para o exterior. Enquanto bancos cobravam spreads de 4% a 6% no câmbio, a fintech construiu uma operação baseada em tecnologia própria, acesso direto a sistemas de liquidação e foco obsessivo em eficiência. O resultado foi um crescimento que a levou a movimentar quase US$ 15 bilhões em remessas globais.

Foto: Divulgação

Agora, a ambição é maior: virar banco no Reino Unido. Mas não espere agência, empréstimos ou portfólio de crédito. A licença é sobre acesso direto aos trilhos de pagamentos britânicos — menos risco, menos intermediários e mais controle sobre a infraestrutura.

Estratégia de infraestrutura

O movimento não é isolado. Nos EUA, a Wise já pediu autorização para acesso direto ao FedWire. Na União Europeia, tem operação própria para se conectar ao sistema de liquidação em tempo real. E em mercados como Cingapura e Austrália, também construiu conexões diretas.

A lógica é clara: a vantagem competitiva está migrando do front-end para o back-end. Enquanto bancos discutem experiência em agência ou apps, a Wise quer ser a camada invisível que garante velocidade, custo baixo e alcance global para pagamentos.

O futuro pode incluir stablecoins

Além de atender milhões de clientes individuais, a Wise também é provedora de infraestrutura para bancos e fintechs. Com acesso direto aos sistemas centrais de pagamento, ela se posiciona como candidata natural a integrar stablecoins ao sistema financeiro tradicional — oferecendo rampas reguladas de entrada e saída, APIs globais e compliance embutido.

Em um mercado em que confiança e custo de liquidação são determinantes, a Wise aposta que controlar os “canos” da infraestrutura é mais valioso do que disputar tarifas na superfície.

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