Bom dia apenas pra quem gastou no trocadilho.

A fintech neozelandesa Xero abriu o bolso e anunciou a compra da americana Melio por US$ 2,5 bilhões — de longe, a maior aquisição da sua história. A movimentação fortalece sua presença nos EUA e sinaliza o apetite global por plataformas que integrem contabilidade, pagamentos e automação.

Ainda nesta edição: Swap recebe aval do BC para operar Pix Direto, e o próprio Banco Central abre nova consulta pública, dessa vez sobre ativos virtuais. 

Na Let’s Money de hoje:

  • 💸 Xero compra Melio por US$ 2,5 bilhões e acelera plano de expansão nos EUA

  • 🏦 Swap recebe aval do BC para operar como iniciador de transações no Pix

  • 🪙 Banco Central lança consulta pública sobre tratamento contábil de criptoativos

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🧠 Estratégia com zero erro: Xero compra Melio 

A Xero, gigante neozelandesa de contabilidade na nuvem, anunciou sua maior aquisição até hoje: vai desembolsar US$ 2,5 bilhões para comprar a americana Melio, fintech especializada em pagamentos B2B. A transação fortalece sua presença nos EUA — um dos mercados mais difíceis e cobiçados do setor — e deixa claro que a empresa quer ser mais que “só” um software de contabilidade.

Por que essa compra importa?

A aquisição não é apenas sobre integrar uma solução de pagamentos. Ela resolve dois desafios grandes de uma vez:

  • Acesso ao mercado americano, onde a Xero tem pouca penetração;

  • Expansão de produto, adicionando funcionalidades nativas de pagamentos e contas a pagar (AP) e receber (AR).

A Melio já era parceira da Xero via App Store e tem uma base de 80 mil clientes, 94% deles nos EUA — empresas que a Xero vinha tentando alcançar há anos. Agora, com a compra, essa entrada será facilitada por meio de um produto complementar e já testado entre o público-alvo.

O que muda para os clientes?

A ideia da Xero é integrar os recursos da Melio à sua plataforma principal, permitindo que empresas paguem contas direto do sistema de contabilidade, com mais automação, flexibilidade e menos riscos operacionais. Ainda assim, a Melio seguirá funcionando como produto independente, inclusive para clientes que usam outros ERPs.

Além disso, a Xero promete manter seu ecossistema aberto, continuando a suportar outros provedores de pagamento. O objetivo: ser o sistema operacional financeiro das PMEs, e não apenas mais uma empresa de contabilidade.

De olho no futuro

Segundo a própria Xero, a expectativa é mais que dobrar a receita até 2028 com a combinação das operações. O financiamento do negócio será feito por meio de uma captação de US$ 1,2 bilhão e uma linha de crédito de US$ 400 milhões.

A leitura estratégica? A análise de Simon Taylor, da Fintech Brainfood, resume bem: “A Xero não comprou uma empresa de pagamentos. Comprou distribuição. Comprou um caminho rápido e validado para crescer nos EUA. Eles querem ser o sistema operacional das PMEs: contabilidade → pagamentos → fluxo de caixa → empréstimos → banco.”

Para o CEO da Melio, Matan Bar, a fusão é natural: “Pagamentos não deveriam ser um fardo. A união com a Xero nos permite levar nossa missão ainda mais longe.” Já a CEO da Xero, Sukhinder Singh Cassidy, reforça o alinhamento com os clientes: “Reunir contabilidade e pagamentos em uma única plataforma é uma necessidade crítica. Vamos oferecer uma solução totalmente integrada e adaptada às pequenas empresas.”

O que você precisa saber do Mundo 🌍

🚀 Swap entra no Pix Direto

A fintech de infraestrutura financeira Swap recebeu autorização do Banco Central para operar diretamente no Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI). Com isso, passa a oferecer Pix Direto, ganhando mais controle, agilidade e eficiência nas transações de seus clientes B2B.

A empresa destacou a complexidade técnica da integração e vê a conquista como estratégica para fortalecer sua posição no mercado de Embedded Finance, reforçando o compromisso com segurança e solidez regulatória. “Essa conquista nos consolida como um parceiro estratégico e completo em infraestrutura financeira para o mercado B2B”, afirmou Doug Storf, CEO da fintech.

NÚMERO

Fórum Pix

Lançado oficialmente em 16 de junho, o Pix Automático já é considerado um sucesso pelo Banco Central (BC). A avaliação foi feita por Breno Lobo, chefe-adjunto do Departamento de Competição e Estrutura do Mercado Financeiro da autoridade monetária, durante o 25° Fórum Pix, transmitido ao vivo pelo canal oficial do órgão no YouTube.

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O que você precisa saber do Brasil

🧾 BC abre consulta sobre regras contábeis para criptoativos

O Banco Central colocou em Consulta Pública duas minutas de resolução que propõem critérios contábeis para o reconhecimento, mensuração, baixa e divulgação de ativos virtuais e tokens de utilidade por instituições financeiras e reguladas.

Os textos também tratam de ativos emitidos, criptoativos sob custódia de terceiros e exigências de detalhamento em notas explicativas — incluindo variações de valor, natureza e obrigações associadas. As sugestões podem ser enviadas até 24 de agosto, pelo site do BC (Consulta nº 122/2025) ou via Portal Participa + Brasil.

Entrevista

LANÇAMENTO VISA CONECTA

Nos vemos na próxima edição!

Agora todas terças e sextas.

Abraços,

Equipe Let’s Money

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