
A Visa afirmou que está se posicionando como uma verdadeira “hiperescaladora” de pagamentos, uma plataforma sobre a qual outros participantes podem construir sua infraestrutura financeira. A definição foi feita pelo CEO Ryan McInerney durante uma teleconferência em que divulgou resultados do seu quarto trimestre fiscal.
De acordo com o executivo, a rede da Visa já contempla cerca de 12 bilhões de “pontos de extremidade”, que englobam cartões, contas bancárias e carteiras digitais. Nesse contexto, a empresa vem investindo fortemente em tokenização, pagamentos em tempo real, stablecoins e na nova geração do seu núcleo de processamento, o VisaNet.
Tokenização e stablecoins ganham força na Visa
Os resultados apontaram que, nos EUA, o volume de pagamentos cresceu 8 % no período, com crescimento equivalente em débito e crédito, segundo o CFO Chris Suh. A empresa também destacou que mais de 16 bilhões de tokens da Visa foram emitidos globalmente — em maio de 2024 esse número era de cerca de 10 bilhões. McInerney acrescentou que “o consumidor se manteve resiliente” e que a empresa está bem posicionada para conduzir a chamada terceira onda do comércio digital, que inclui agentes, IA e tokenização.
Além disso, a empresa revelou que dá suporte a pelo menos quatro stablecoins, com liquidações mensais na casa de US$ 2,5 bilhões anualizado, demonstrando que não se trata apenas de teoria, mas de volume relevante no mercado real, segundo o “PYMNTS”.
Arquitetura moderna e escopo global
McInerney detalhou que o novo VisaNet está sendo construído como arquitetura modular, em microsserviços, pronta para nuvem e com partes substanciais desenvolvidas com recursos de IA generativa. Esse movimento, segundo ele, permite escalar, configurar e implantar recursos mais facilmente, o que reforça o posicionamento da Visa como plataforma de infraestrutura, não apenas como emissora de cartão ou processadora tradicional.
Para o mercado, esse reposicionamento implica que provedores de serviços, fintechs, bancos e até novos players de mercado podem “se apoiar” na plataforma da Visa para acelerar entrada, inovação e globalização, em vez de construir toda a infraestrutura do zero.