
O contraste entre o B2C e o B2B
Nos últimos anos, o ato de pagar tornou-se quase imperceptível para o consumidor. Um clique, um QR Code, uma notificação no celular. Tudo acontece em segundos. No ambiente corporativo, porém, a história é outra.
O pagamento entre empresas ainda segue um roteiro mais lento, cercado de verificações, aprovações e processos internos que o tornam menos ágil e mais burocrático. É um contraste curioso: de um lado, o avanço tecnológico que redefine o comportamento de consumo; do outro, estruturas empresariais que ainda tratam o pagamento como um ponto de controle, não de fluidez.
E a gestão financeira automatizada é uma das peças essenciais para mudar o atual cenário do B2B. A rotina financeira das empresas está deixando de ser um conjunto de tarefas fragmentadas para se tornar uma experiência fluida e conectada.
Nesse contexto, o BFM surge como um parceiro de confiança nessa jornada de transformação, ajudando pequenas e médias empresas a incorporar tecnologia de forma natural no seu dia a dia. Ao centralizar contas, simplificar pagamentos e gerar previsões inteligentes, os fluxos ficam mais otimizados e a gestão financeira se torna mais intuitiva, transparente e integrada à realidade digital dos negócios.
O atraso estrutural do pagamento entre empresas
Hoje, menos de 10% das transações entre empresas no Brasil são realizadas de forma totalmente digital (Visa). Esse número revela o tamanho da distância que ainda separa o universo do consumidor do mundo corporativo.
E ela não se explica pela ausência de inovação, mas pelo peso das camadas que sustentam o B2B, como políticas de governança, obrigações fiscais, riscos de crédito e a necessidade de rastreabilidade. No ambiente empresarial, cada pagamento é também uma evidência contábil e um compromisso regulatório.
Uma transformação silenciosa em curso
O Pix inaugurou uma nova lógica de pagamento, e suas próximas evoluções, como o Pix Automático e o Pix Parcelado, mostram que o sistema está pronto para avançar também sobre o território corporativo (Banco Central e Reuters, 2025).
O desafio não é criar novas ferramentas, mas integrá-las a um ecossistema de gestão que já existe. É nessa integração entre pagamento, conciliação e planejamento de caixa que o B2B começa a se reinventar.
Agilidade com controle e eficiência
Segundo o relatório Pix by the Numbers 2025, elaborado pelo Faster Payments Council, o valor médio de uma transferência entre empresas no Brasil supera os R$5 mil, enquanto no varejo gira em torno de R$100. Essa diferença muda completamente a dinâmica. Quando o valor é alto, a pressa dá lugar à segurança. É por isso que a digitalização do B2B não pode ser apenas uma cópia do modelo de consumo. Ela precisa equilibrar agilidade e controle, velocidade e governança.
Nos últimos meses, estudos sobre automação financeira têm mostrado que empresas que digitalizam o ciclo de pagamento, do pedido à conciliação, conseguem ganhos expressivos de eficiência e previsibilidade. Isso não se resume a cortar custos, mas a liberar tempo e capital intelectual para decisões mais estratégicas.
O papel do Open Finance e da inteligência artificial
À medida que o Open Finance para PJ amadurece, o pagamento deixa de ser uma etapa isolada e passa a fazer parte de um fluxo contínuo de gestão financeira. Dados bancários, históricos de transação e informações fiscais se conectam de forma segura, criando uma nova base para decisões mais assertivas.
Esse movimento se acelera com a chegada da inteligência artificial à tesouraria. Soluções como o BFM (Business Financial Management) já são capazes de prever gaps de caixa, priorizar pagamentos e até executar tarefas rotineiras com base em políticas internas. O gestor financeiro deixa de ser um executor operacional e passa a atuar como um estrategista, validando as decisões sugeridas pela tecnologia. Essa transição muda o papel do financeiro dentro das empresas: ele se torna o guardião da inteligência, não apenas do fluxo.
Olhando para o futuro
É difícil imaginar o pagamento B2B separado de outras funções financeiras. Crédito, cobrança e tesouraria caminham para uma convergência inevitável. A integração de dados, o uso de APIs e a automação de rotinas tendem a transformar o que hoje é uma operação fragmentada em um sistema orgânico, contínuo e inteligente. O resultado será um ambiente mais previsível, com menos erros, mais transparência e decisões em tempo real.
Por isso, cada vez mais empresas buscam uma forma de transformar a gestão financeira em algo mais estratégico e previsível. Por isso o BFM (Business Finance Management), ganha importância. O modelo une tecnologia e inteligência de dados para oferecer uma visão integrada das finanças corporativas. Em vez de lidar com tarefas isoladas e sistemas fragmentados, o BFM cria um ambiente único em que pagamentos, crédito, tesouraria e tomada de decisão caminham juntos.
Mais do que automatizar processos, ele se torna o núcleo inteligente da operação, um espaço onde a liquidez se antecipa, os riscos são identificados antes de virarem perdas e a empresa passa a orquestrar seus fluxos com previsibilidade e confiança.
O pagamento B2B ainda tem muito a melhorar, mas está amadurecendo. Ele carrega a complexidade de quem lida com grandes valores, múltiplas partes e altos níveis de responsabilidade.
Mas o Brasil tem todos os elementos para liderar essa nova fase: uma infraestrutura moderna, uma regulação aberta à inovação e um mercado que já entendeu que eficiência e controle não são opostos. Quando essas forças se equilibrarem, pagar entre empresas será tão simples quanto pagar um café e tão seguro quanto fechar um balanço.