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Pix já é motor de assinaturas do Spotify no Brasil

Empresa vê escolha do usuário como diferencial competitivo e adota Pix, UPI e carteiras digitais em mercados locais

Foto: Divulgação
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Para o Spotify, a forma como os usuários pagam é tão importante quanto o que eles escutam. Em debate promovido pela PYMNTS, Sandra Alzetta, vice-presidente e chefe global de Comércio e Atendimento ao Cliente da plataforma, destacou que os pagamentos deixaram de ser infraestrutura invisível para se tornarem parte essencial da experiência do usuário, e o Pix é um desses exemplos.

“Queremos garantir que nossos usuários possam pagar da forma que lhes pareça natural e que melhor atenda às suas necessidades”, afirmou Alzetta.

Spotify integra Pix e carteiras digitais

A estratégia do Spotify é começar pelas grandes redes globais, como Visa e Mastercard, e depois incluir métodos locais preferidos, como carteiras digitais, transferências e pré-pagos. O impacto é visível: na Índia, a ativação da UPI fez a adoção disparar, enquanto no Brasil, o Pix já é um dos grandes motores de crescimento das assinaturas.

Nem todas as apostas funcionam: no Sudeste Asiático, a empresa ativou múltiplas carteiras digitais, mas algumas prosperaram e outras fracassaram. Ainda assim, a filosofia de testar, medir e ajustar guia a expansão dos meios de pagamento na plataforma.

Identidade, fraude e inteligência artificial

Para o Spotify, inovação em pagamentos não se resume a conveniência, mas também a confiança. Isso envolve equilibrar prevenção de fraudes sem bloquear usuários legítimos.

A plataforma utiliza sistemas baseados em inteligência artificial, que analisam dados de streaming, comportamento de pagamentos e uso de dispositivos para diferenciar fraudes de padrões normais. Segundo Alzetta, a meta é reduzir falsos positivos e manter a experiência fluida.

A IA também levanta novas questões: além de proteger contra ataques sofisticados, cresce o debate sobre agentes autônomos que realizam transações em nome dos usuários, trazendo dilemas éticos, regulatórios e de responsabilidade.

O “Spotify dos pagamentos”

Questionada sobre como seria um “Spotify dos pagamentos”, Alzetta foi direta: “Seríamos conhecidos por oferecer escolha ao usuário, entendendo os mercados e as necessidades locais, e entregando flexibilidade como parte central da experiência.”

Com 696 milhões de usuários, sendo 276 milhões assinantes em 184 países, o Spotify já deixou claro que, no streaming, a trilha sonora importa tanto quanto a forma de pagar por ela.

Gabriel Rios

Editor-chefe

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.