A popularização do Pix Parcelado já é um fato. Segundo a pesquisa “Jornada de Crédito”, realizada pela Matera, 53% dos consumidores brasileiros já utilizaram a modalidade — número que coloca o recurso atrás apenas do cartão de crédito (77%) em preferência de uso. Isso mesmo com o produto ainda em fase de testes por bancos e fintechs, e sem uma regulamentação oficial do Banco Central.
Com lançamento formal previsto para setembro, o Pix Parcelado tem sido oferecido por instituições financeiras em versões próprias, como forma de antecipar uma demanda crescente por crédito rápido, acessível e sem cartão. A adesão, mesmo sem padronização, revela o tamanho da lacuna que a solução está ocupando.
Pix Parcelado atrai pela facilidade, mas exige atenção
Os motivos que mais levam ao uso da modalidade são emergências pessoais (28%), compras à vista (27%) e contas do dia a dia (17%). Mas um dado acende o alerta: apenas 38% dos entrevistados disseram saber a taxa cobrada na transação. Em um país com altos níveis de endividamento e baixa educação financeira, a transparência pode ser o grande desafio da modalidade.
Ainda assim, o potencial de inclusão é significativo. Estima-se que 60 milhões de brasileiros não tenham cartão de crédito, o que reforça o Pix Parcelado como um canal para ampliar o acesso ao consumo e à formalização financeira, desde que usado com responsabilidade.
Banco Central prepara novas regras para o Pix Parcelado
As diretrizes do Banco Central para o Pix Parcelado devem trazer mais clareza sobre limites, taxas e segurança da operação. A expectativa é que a regulação padronize a experiência e reduza riscos, permitindo que bancos e fintechs desenvolvam ofertas mais segmentadas e sustentáveis.
O cenário aponta para um novo ciclo na relação dos brasileiros com o crédito: menos burocracia, mais acesso e um terreno fértil para inovação financeira que fale direto com quem ficou fora do sistema por tempo demais.