Foto: Nadja Kouchi / TV Cultura
Foto: Nadja Kouchi / TV Cultura

O ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que o Pix foi responsável por bancarizar entre 25% e 30% da população brasileira desde o seu lançamento. Com isso, mais de 90% dos brasileiros agora têm algum tipo de conta no sistema financeiro, segundo o ex-chefe da autoridade monetária.

“Em cinco anos, bancarizamos entre 25% e 30% da população”, disse Campos Neto, em evento do Milken Institute, em São Paulo, na segunda-feira (10), de acordo com o EInvestidor, do Estadão.

Para Campos Neto, o Pix não apenas transformou o jeito de pagar, mas reconfigurou o acesso ao sistema bancário, especialmente entre pessoas de baixa renda e microempreendedores.

Pix consolidado

Criado em 2020, o Pix rapidamente se consolidou como o principal meio de pagamento do país, superando TEDs, DOCs e até transações com cartões em número de operações. Mas, além da conveniência, o impacto estrutural está na queda de barreiras: sem taxas, com liquidação instantânea e integração com apps simples, o Pix reduziu o custo de entrada no sistema financeiro formal.

Esse movimento criou espaço para a atuação de fintechs, pequenos negócios e novos modelos de crédito, impulsionando inclusão econômica e digital.

Infraestrutura que vira política pública

Ao atingir 90% de bancarização, o Pix se consolida como uma infraestrutura de Estado com efeitos comparáveis a políticas públicas. O dado citado por Campos Neto mostra como a tecnologia, quando combinada com regulação eficiente, pode gerar impacto direto na base da pirâmide.

O desafio agora é avançar em segurança, educação financeira e integração com novas soluções, como Drex e Open Finance. Mas uma coisa é certa: o Pix não é mais só um sistema de pagamento, é parte da engrenagem econômica do país.

Gabriel Rios

Editor-chefe

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.