Foto: Reprodução
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Em evento realizado em Londres na última semana, Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central e atual vice-chairman global do Nubank, afirmou que ao menos 17 países já adotam modelos inspirados no Pix, o sistema de pagamentos instantâneos desenvolvido no Brasil.

Segundo ele, o modelo brasileiro virou referência internacional por sua velocidade de implementação, adesão massiva e impacto na inclusão financeira. “O Pix foi desenvolvido em um ano e teve engajamento imediato”, afirmou durante sua participação no Lide Brasil Reino Unido Fórum, onde debateu o tema “inclusão financeira por meio de soluções tecnológicas do Brasil”, segundo o “Broadcast”.

Além de mencionar o avanço do Pix, Campos Neto destacou que países como Colômbia e México estão estruturando suas próprias versões do sistema, e que a tecnologia brasileira se tornou um case global de inovação regulatória.

Pix exportado, mas com recado interno

Campos Neto aproveitou o palco internacional para defender a continuidade de uma agenda de reformas estruturantes no Brasil, elogiando o ex-presidente Michel Temer, presente no evento, e pedindo por um líder político com coragem para avançar nesse sentido.

Ele também chamou atenção para a carga tributária desigual entre bancos tradicionais e fintechs: segundo ele, enquanto os grandes bancos pagaram 12% em impostos em 2024, as fintechs pagaram 30%. Para Campos Neto, isso precisa ser revisto para manter o ambiente competitivo e estimular a inovação.

O ex-presidente do BC ainda comentou sobre o avanço do Open Finance e a evolução do mercado de criptoativos e stablecoins, reforçando que o Brasil tem os ingredientes para liderar a nova era dos serviços financeiros digitais, desde que mantenha a agenda de modernização, competição e inclusão ativa.

Gabriel Rios

Editor-chefe

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.