
A Polícia Federal (PF) requereu a extradição de oito suspeitos presos no exterior em conexão com o maior ataque hacker já registrado no sistema financeiro brasileiro: mais de R$ 813 milhões teriam sido desviados em julho deste ano por meio de contas de instituições de pagamento relacionadas ao sistema PIX.
Dessas prisões, seis ocorreram na Espanha e duas na Argentina, todas realizadas com apoio da Interpol. Agora, o Brasil aguarda que os respectivos países – via seus processos judiciais e tratados de extradição – enviem os investigados para responderem pelos crimes em solo nacional, de acordo com a “CNN”.
O ataque e o processo
O golpe envolveu a empresa C&M Software, fornecedora de serviços de mensageria para instituições de pagamento. O sistema afetado permitia interconexão entre bancos e o ambiente de liquidação do PIX. A PF investigou que um funcionário da C&M vendeu credenciais de acesso, facilitando a invasão a contas‑reserva de diversas instituições.
Além dos presos no exterior, 13 pessoas foram detidas no Brasil, em diferentes estados. Na operação, também foram apreendidos carros de luxo, criptomoedas e diversos bens.
Implicações para o ecossistema financeiro
O episódio expõe a fragilidade das infraestruturas de pagamento e reforça o papel crítico da governança, da segurança de acesso e da supervisão regulatória. Para instituições de pagamento, bancos e fintechs no Brasil, o alerta é claro: controles internos, auditorias de acesso e segurança em redes de mensageria são tão importantes quanto as transações que passam por esses sistemas.
Do ponto de vista regulatório e de mercado, o processo de extradição é estratégico: ele envia uma mensagem de que crimes cibernéticos em escala global terão consequências para os responsáveis, independentemente de onde estejam.