Foto: Divulgação / BC
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A fintech PicPay acusa a Apple de criar barreiras que impedem o uso do PIX por aproximação em iPhones, um recurso disponível para usuários de Android. A empresa afirma que a fabricante impõe obrigações técnicas e financeiras que inviabilizam a oferta para carteiras digitais e emissores de cartão, o que configuraria uma vantagem indevida no mercado de pagamentos.

Para o PicPay, a tecnologia NFC deve permitir pagamentos por aproximação em dispositivos variados (smartphones, relógios, pulseiras). Porém, segundo a fintech, a Apple exige taxas por transação, padrões restritivos e condições desfavoráveis para terceiros. Isso impediria a implementação do PIX por aproximação no ecossistema iOS. A crítica é reforçada por outros players do mercado, como Nubank e Mercado Pago.

Caso envolvendo PicPay e Apple está no Cade

O caso está em análise no inquérito administrativo nº 08700.002893/2025‑17, do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que apura se a Apple atua de modo anticompetitivo, favorecendo seu próprio sistema de pagamentos por aproximação, o Apple Pay, em detrimento de carteiras e fintechs independentes.

A Apple, por sua vez, defende que não detém posição dominante no Brasil e afirma que permite integração ao NFC desde 2024, embora fintechs contestem as condições impostas.

Enquanto o caso segue em tramitação, usuários de iPhone permanecem sem acesso ao PIX por aproximação, o que limita a adoção da modalidade e restringe alternativas de pagamento. Para fintechs, o cenário representa um obstáculo à competição com plataformas abertas e com soluções disponíveis para Android.

Se o Cade confirmar abuso de poder econômico, a decisão pode alterar as regras e permitir a expansão do PIX por aproximação no iOS, com impacto direto para usuários e para o mercado bancário digital.

Gabriel Rios

Editor-chefe

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.