Foto: Divulgação
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O Pix Automático, funcionalidade de pagamentos recorrentes lançada pelo Banco Central em junho deste ano, está avançando mais rápido do que o esperado. Dados do EBANX mostram projeção de crescimento de 34% ao mês no número de assinaturas e 41% ao mês no volume financeiro processado, um ritmo que, se mantido, coloca o método como o maior concorrente direto dos cartões em modelos de assinatura no Brasil.

Segundo o EBANX, o potencial de impacto é gigantesco: 60 milhões de brasileiros poderiam entrar no mercado de serviços recorrentes por não dependerem mais do cartão de crédito para pagar mensalidades, de acordo com o “O Globo”.

Pix Automático reconfigura mercado de assinaturas

A lógica do Pix Automático é simples: o usuário autoriza um pagamento periódico, seja mensal, semanal ou customizável, que é debitado automaticamente, sem a necessidade de refazer o fluxo ou autenticar a transação a cada ciclo.

A funcionalidade, criada pelo BC, permite que empresas, plataformas digitais e até MEIs ofereçam assinaturas sem intermediários caros ou fricções comuns em cartões (como expiração, chargebacks ou limite insuficiente).

O EBANX destaca que o impacto já aparece nos primeiros casos. Um exemplo citado pela fintech: uma plataforma de assinatura que habilitou o Pix Automático em agosto registrou taxa de novos clientes via Pix Automático três vezes maior do que via cartão de crédito.

Além do aumento de conversão, o método também tende a reduzir o churn involuntário, quando uma cobrança não é concluída por causa de limite indisponível ou cartão vencido.

O que vem pela frente

O avanço acelerado indica que o Pix Automático deve se consolidar como novo padrão para assinaturas, especialmente para públicos desbancarizados ou sub-bancarizados, que historicamente estavam excluídos de plataformas digitais pagas.

O movimento também pode pressionar os próprios emissores de cartão a repensar tarifas e fluxos, já que o Pix Automático oferece:

  • liquidação imediata para o recebedor
  • menor custo operacional para empresas
  • maior previsibilidade para o usuário
  • redução de inadimplência técnica

Com a obrigatoriedade de migração para o Pix Automático em diversos setores até 2026, a expectativa é de que o recurso deixe de ser promessa e se torne infraestrutura central do varejo, streaming, educação e até serviços financeiros.

Gabriel Rios

Editor-chefe

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.