O Pix ganha nova frente de expansão no radar do Banco Central do Brasil (BC). Segundo o diretor de Organização do Sistema Financeiro da autarquia, Renato Dias de Brito Gomes, o “Pix Garantia” está no topo da agenda regulatória para 2026, com plano de aceleração do desenvolvimento da funcionalidade.
O Pix Garantia permitirá que recebíveis futuros oriundos de transações via Pix sejam usados como colateral para operações de crédito ou seguros. A ideia é dar às empresas, especialmente as pequenas e médias, acesso a crédito com menor barreira de entrada, usando o fluxo de caixa esperado como garantia em vez de depender de ativos tradicionais.
O diretor do BC reconheceu, no entanto, que a implementação é mais complexa do que aparenta: envolve construção de infraestrutura robusta, definição clara de regras para execução da garantia, registro confiável de recebíveis e garantias jurídicas. Por isso, ainda não há prazo definido para o lançamento, segundo o “Valor Investe“.
BC monitora outras iniciativas além do Pix Garantia
O movimento ocorre em um momento em que o sistema de pagamentos passa por ajustes de segurança, após ataques hackers que visaram reservas financeiras usadas pelo Pix. Por isso, o BC afirma que alguns pontos considerados frágeis do sistema estão “mais vigiados”.
Notícias Relacionadas
Além do Pix Garantia, o BC monitora outras iniciativas em curso, como o uso da funcionalidade de débito automático e por aproximação, que vêm ganhando tração entre usuários e lojistas.
O que esperar para o futuro
Quando implementado, o Pix Garantia pode baratear o crédito, ampliar a inclusão financeira de empresas e reduzir a dependência de empréstimos tradicionais com garantias físicas. Para isso, será essencial que o registro dos recebíveis seja transparente e seguro, garantindo previsibilidade ao credor.
Para os lojistas, a modalidade promete mais previsibilidade no fluxo de caixa; para os consumidores, pode representar uma alternativa mais acessível de crédito. Para o sistema financeiro, o desafio será integrar a novidade sem comprometer a segurança e a integridade do arranjo Pix.
Editor-chefe
Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.
