Foto: Divulgação
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O Pix, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central do Brasil (BC), pode ganhar em breve uma versão internacional. A proposta do Pix Internacional visa permitir pagamentos transfronteiriços em tempo real entre o Brasil e outros países da América Latina. O objetivo é facilitar operações de comércio exterior, remessas e pagamentos para estrangeiros, com rapidez e menor custo.

A expectativa é que o sistema reduza drasticamente os custos e o tempo de liquidação das operações internacionais, atualmente elevados, especialmente quando envolvem vários intermediários. Com o Pix Internacional, transações que podem levar dias ou custar porcentagens altas poderão ser feitas em segundos, com maior eficiência e previsibilidade.

Para especialistas, como Luis Molla Veloso, a interoperabilidade financeira proporcionada pelo Pix Internacional pode ser um divisor de águas no comércio exterior e nas remessas internacionais. Empresas poderão pagar fornecedores estrangeiros em segundos, com conversão de câmbio e rastreabilidade da operação, o que hoje é mais burocrático.

O desenvolvimento do Pix Internacional envolve cooperação entre o Banco Central e autoridades de outros países da região, com o objetivo de integrar sistemas de pagamentos instantâneos por meio de APIs abertas e identidade digital. Os esforços buscam alinhar regulação, câmbio e segurança de dados para garantir que o sistema funcione de modo fluido e seguro.

Pix Internacional promete ampliar acesso a serviços

Quando entrar em operação, o Pix Internacional promete ampliar acesso a serviços de remessa, comércio exterior, pagamentos para freelancers ou fornecedores no exterior e envio de dinheiro para familiares fora do Brasil. Para empresas, especialmente pequenas e médias, pode simplificar pagamentos internacionais, reduzir custos e acelerar o fluxo de caixa.

Para usuários finais, a transação deve ganhar praticidade e velocidade, similar ao Pix doméstico: basta a chave de pagamento e os dados do destinatário. O sistema, se bem implementado, pode trazer mais inclusão financeira e tornar o Brasil mais conectado ao sistema financeiro global.

Desafios e o que observar

Apesar do otimismo, a adoção do Pix Internacional depende de importantes ajustes regulatórios e técnicos. A integração entre diferentes jurisdições exige harmonização de normas, compatibilidade de sistemas e segurança robusta para evitar fraudes.

Além disso, há necessidade de padronização dos processos de câmbio, de identidade digital e de compliance entre os países participantes. O êxito dependerá de cooperação internacional e adoção consistente das novas regras.

Por fim, mesmo sendo promissor, o Pix Internacional ainda está em fase de testes, não há data oficial para lançamento. A evolução dependerá de decisões regulatórias e da infraestrutura dos bancos centrais envolvidos.

Gabriel Rios

Editor-chefe

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.