Foto: Adobe Stock
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O Pix segue ampliando sua relevância no sistema financeiro brasileiro. Entre janeiro e novembro de 2025, o meio de pagamento instantâneo movimentou R$ 16,7 trilhões, valor que já supera em 17,2% tudo o que foi transacionado ao longo de 2024. Os dados, divulgados pelo Banco Central, reforçam a consolidação do Pix como a principal infraestrutura de pagamentos do país, tanto em volume financeiro quanto em número de operações.

O crescimento não é pontual. Desde o lançamento, em novembro de 2020, o Pix apresenta uma curva de expansão consistente. Em cinco anos de operação, o sistema já acumulou cerca de R$ 49 trilhões movimentados e mais de 160,8 bilhões de transações. Apenas em 2025, até novembro, foram realizadas 56,7 bilhões de operações, número superior ao total registrado em qualquer outro ano completo desde a criação da ferramenta.

Pix consolida escala e profundidade no sistema financeiro

O avanço do Pix em 2025 reforça uma mudança estrutural no comportamento de pagamento da população. O valor movimentado nos 11 primeiros meses do ano já supera os R$ 14,2 trilhões registrados em todo o ano de 2024, evidenciando que o sistema segue ganhando espaço mesmo após atingir maturidade operacional.

O volume financeiro mensal também cresce de forma expressiva. Em novembro, o Pix movimentou R$ 1,6 trilhão, alta de 22,4% em relação ao mesmo mês de 2024. O número de transações acompanhou esse ritmo, com 5,7 bilhões de operações no mês, crescimento de 25% na comparação anual.

Ainda assim, um dado chama atenção: mesmo com a Black Friday, novembro registrou menos transações do que outubro, repetindo um padrão observado pelo segundo ano consecutivo. Em 2021, 2022 e 2023, o movimento havia sido inverso, com aumento mês a mês no período. O comportamento sugere uma redistribuição do consumo e dos pagamentos ao longo do calendário, com o Pix cada vez mais diluído no dia a dia, e menos concentrado em datas específicas.

Impacto direto no uso cotidiano

Desde o início da operação, quase metade de todo o valor movimentado pelo Pix foi transferida por pessoas físicas. Entre novembro de 2020 e novembro de 2025, esse grupo respondeu por cerca de R$ 24 trilhões em 141 bilhões de operações. O dado reforça o papel do Pix como ferramenta central de pagamentos entre indivíduos, mas também como base para novas jornadas no varejo, nos serviços e nas finanças pessoais.

A trajetória de crescimento também ajuda a explicar por que o Pix se tornou o alicerce para novas funcionalidades em desenvolvimento pelo Banco Central, como Pix Automático, Pix por Aproximação e avanços ligados ao Open Finance. Mais do que um meio de transferência, o Pix se consolida como infraestrutura crítica da economia digital brasileira, com escala, capilaridade e confiança suficientes para sustentar novas camadas de inovação.

Gabriel Rios

Editor-chefe

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.