Pix
Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

O Pix bateu mais um recorde em setembro: R$ 1,7 trilhão movimentados em um único mês, segundo dados divulgados pelo Banco Central. O volume marca o maior valor já registrado desde a criação do sistema de pagamentos instantâneos, em 2020, e consolida a ferramenta como peça-chave da digitalização financeira no Brasil.

A alta foi impulsionada principalmente por transações de pessoa física para pessoa física, que cresceram 17,9% em valores e 11,6% em número de operações na comparação com o mesmo período de 2024. No comércio, o avanço foi ainda mais expressivo: 26,5% em valor e 38,2% em volume. Já as transações relacionadas a atividades financeiras, seguros e serviços explodiram, com alta de 127,6% no montante e 38,5% na quantidade.

Visão do Pix e do crédito

Os números consideram apenas transações efetivas, ou seja, excluem devoluções, saques e movimentações entre contas de mesma titularidade. Isso ajuda a dar uma visão mais precisa sobre o uso real do Pix na economia.

Enquanto o sistema de pagamentos segue em curva ascendente, o Banco Central também divulgou as estatísticas de crédito do país: o saldo total das operações no Sistema Financeiro Nacional chegou a R$ 6,8 trilhões em setembro, com alta de 1,1% no mês e 10,1% em 12 meses.

Entre as famílias, o estoque de crédito somou R$ 4,3 trilhões, crescimento de 0,7% no mês. A inadimplência segue estável em 3,9%, mas o comprometimento da renda ainda preocupa: 48,9% da renda das famílias está comprometida com dívidas.

O dado reforça um cenário ambíguo — de um lado, a digitalização avança com força; de outro, o nível de endividamento das famílias continua alto, exigindo atenção de bancos, varejistas e formuladores de política monetária.

Gabriel Rios

Editor-chefe

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.