O Pix parcelado é a próxima grande aposta do Banco Central para transformar o mercado de crédito no Brasil. Ainda sem data oficial de estreia, a nova modalidade promete unir a agilidade do Pix com a flexibilidade do parcelamento, tudo dentro do próprio sistema instantâneo de pagamentos.
Segundo o BC, o Pix parcelado permitirá que consumidores paguem em parcelas, enquanto o recebedor recebe o valor integral na hora. Essa dinâmica abre espaço para um novo formato de crédito, especialmente útil para médias empresas e para consumidores sem acesso a cartão de crédito.
“O Pix parcelado pode melhorar o fluxo de caixa e trazer mais previsibilidade às negociações entre empresas, clientes e fornecedores”, afirma Paulo Duailibi, diretor de empresas do Santander, ao “Valor Econômico“.
Ele compara o impacto potencial ao que o Pix teve sobre os antigos DOCs: “Agora, o parcelado pode fazer isso com o cartão de crédito.”
A proposta é que o risco da operação fique com o banco, que cobrará os juros diretamente do consumidor. Com isso, o lojista se livra do risco de inadimplência, como já acontece no cartão, mas com uma jornada digital mais direta e sem intermediação de bandeiras ou credenciadoras.
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Dinâmica do Pix Parcelado
“Essa dinâmica tem potencial para reduzir a dependência de linhas tradicionais de crédito e tornar as transações entre empresas mais ágeis”, diz Duailibi. Já para o consumidor, o modelo representa acesso a uma linha de crédito sem a necessidade de um cartão.
Jorge Azevedo, especialista em crédito e risco, destaca a possibilidade de ampliar o acesso ao financiamento. “O Pix parcelado alcança zonas que estavam fora do radar, permitindo que mais pessoas comprem produtos de maior valor.”
O Itaú também vê valor na novidade. “Ela representa uma camada de inovação no ecossistema Pix, com soluções para cada tipo de pagamento”, afirmou o banco.
As regras detalhadas serão definidas pelo Banco Central, que adiou o lançamento da modalidade após incidentes de segurança com conectores do sistema financeiro. A expectativa é que o Pix parcelado chegue ao mercado em 2026.
Editor-chefe
Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.
