Foto: Reprodução
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Criado no Brasil, o Pix ultrapassou fronteiras e chega à Ásia por meio de uma parceria entre a fintech brasileira PagBrasil e o grupo singapurense Liquid Group. A iniciativa permite que usuários de 14 carteiras digitais em países como China, Coreia do Sul, Índia, Japão e Malásia realizem pagamentos via QR code usando o Pix ou que turistas nascidos no Brasil paguem no país de origem via o Pix internacional.

No modelo, o usuário escaneia o QR code no exterior e efetua o pagamento. O banco local converte a moeda para dólar, envia a solicitação à Liquid, que repassa à PagBrasil, que por sua vez converte para reais e aciona a liquidação no Brasil. O co- fundador da PagBrasil, Alex Hoffmann, compara ao roaming de telefonia: o Pix está sendo habilitado globalmente para funcionar em várias plataformas e com liquidação eficiente.

Com a adesão da plataforma da Liquid, que inclui carteiras como a da ShopeePay, há alcance estimado em mais de 1,4 bilhão de usuários. A empresa destaca que a taxa de conversão aplicada será entre 1% e 2% — comparada às taxas de 5% a 6% em cartões de crédito internacionais.

Chegada do Pix à Ásia

A chegada do Pix na Ásia indica uma etapa importante da internacionalização da solução brasileira. A segunda fase da expansão inclui parcerias com adquirentes locais para habilitar pagamentos em estabelecimentos físicos com o Pix e QR code. Hoffmann afirma que o foco será o sudeste asiático, com Japão na mira para 2026.

Para o mercado de fintechs e pagamentos, a operação mostra que o Pix pode evoluir de sistema doméstico para infraestrutura de pagamentos global. Ainda assim, o desafio será a adesão dos bancos e adquirentes locais à funcionalidade, o que envolve integração tecnológica, regulamentação cambial e adaptação das moedas locais.

Gabriel Rios

Editor-chefe

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.