Rodrigo Cury, diretor-geral da Visa no Brasil | Foto: Reprodução / CNN Money
Rodrigo Cury, diretor-geral da Visa no Brasil | Foto: Reprodução / CNN Money

O avanço do Pix segue moldando o cenário dos pagamentos no Brasil, inclusive para os gigantes do setor. Em entrevista ao programa Capital Insights, Rodrigo Cury, diretor-geral da Visa no Brasil, reconheceu que a solução de pagamentos instantâneos criada pelo Banco Central representa uma concorrência direta aos cartões. Mas, segundo ele, também abre novas oportunidades de negócio.

Para Cury, o impacto positivo está na inclusão financeira: “O Pix permitiu a bancarização de muitas pessoas e, junto com isso, vem o crescimento em cartões”, afirmou. Segundo o executivo, o sistema traz mais consumidores para o ecossistema digital e impulsiona o uso de produtos financeiros complementares.

Visa, Pix e o papel do setor privado

Durante a conversa, o executivo defendeu que o setor privado pode colaborar com o Banco Central para aumentar a robustez do Pix. Cury citou como exemplo o modelo indiano, onde há parcerias institucionais entre o governo e empresas privadas para impulsionar o sistema de pagamentos local.

Sobre a própria Visa, ele destacou o papel do Brasil como um dos mercados mais relevantes globalmente, tanto em volume quanto em inovação. “A complexidade do mercado do Brasil traz inovação”, comentou, referindo-se ao ambiente regulatório e à agilidade do consumidor local para adotar novas soluções.

Ele também reforçou que a Visa segue atenta a oportunidades de aquisição. Após a compra da fintech brasileira Pismo por US$ 1 bilhão em 2023, a companhia está expandindo a operação da empresa globalmente. “Estamos sempre olhando oportunidades de mercado”, disse.

Sobre o futuro dos meios de pagamento, Cury foi direto: a inteligência artificial terá um papel decisivo na forma como as pessoas transacionam. O cartão físico, no entanto, ainda deve seguir relevante pelo seu simbolismo e vínculo emocional com o cliente. “Cartão é o único tangível do cliente hoje e tem simbolismo forte.”

Gabriel Rios

Editor-chefe

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.