
A Amazon prepara uma nova rodada de cortes em suas áreas corporativas, começando por recursos humanos. Segundo fontes ouvidas pela “Fortune”, até 15% do time de RH será desligado, em um movimento que reflete a busca por eficiência operacional diante de uma agenda agressiva de investimentos em inteligência artificial.
A empresa deve aplicar mais de US$ 100 bilhões este ano em capex, focando principalmente na expansão de data centers e infraestrutura voltada à IA. O corte de pessoal, que também pode atingir outras áreas de negócios de consumo, acontece na esteira de demissões já promovidas em 2025, incluindo unidades como AWS, Wondery e dispositivos.
Amazon nega
Embora a Amazon negue que os cortes estejam diretamente ligados à automação, o discurso recente da liderança aponta o contrário. Em junho, o CEO Andy Jassy afirmou que a inteligência artificial é a tecnologia mais transformadora desde a internet e que os profissionais que dominarem a IA terão mais espaço na empresa. Ele também sinalizou que a força de trabalho corporativa deve diminuir nos próximos anos.
A mensagem é clara: quem não embarcar na lógica da IA pode ficar para trás. A Amazon, que já reposicionou parte de sua estratégia em torno de inteligência artificial generativa, quer aplicar essa tecnologia tanto internamente quanto em suas ofertas para o mercado.
O movimento da Amazon é sintomático de uma transição mais ampla no mercado. Pesquisa recente da “PYMNTS” mostrou que 54% dos trabalhadores veem a IA generativa como um risco real de substituição em massa e 38% já estão preocupados com a perda dos próprios empregos.
O que antes era teoria, agora impacta organogramas e fluxos decisórios. E, enquanto a Amazon acelera rumo à próxima geração da nuvem, o RH — ironicamente — é um dos primeiros a sair da sala.