Startups em escala vivem um paradoxo: quanto mais crescem, maior o risco de ruído, retrabalho e falhas em produção. Na Aarin, a resposta foi criar a área de Product Experience (PX) como camada de governança entre Produto, CX e Operações. O movimento, pensado para uma fintech regulada e em hiperexpansão, transformou urgências difusas em priorização clara, elevou a qualidade de releases e tirou pressão das squads.
A Product Experience (PX) nasceu sem manual, mas com propósito: ser funil de priorização e última barreira de qualidade antes de algo chegar ao cliente. Virou o “tradutor” entre times e o guardião da informação estruturada. O desenho incluiu comitês de priorização, fluxo de pré-release/release/deploy, sinergia com PMM nas comunicações e uma regra simples: sem alinhamento e homologação, não sobe.
Framework PX: quatro frentes e rituais
Com a tração, PX deixou de ser pessoa e virou estrutura:
- PX (central) — dono dos padrões de release, critérios de homologação e integração entre squads e áreas.
- DocOps — documentação viva, auditável e sempre atualizada.
- QA — homologação independente, “triple-check” antes da produção e cultura de shift-left.
- PX–Fornecedores — gestão técnica/operacional de terceiros, SLAs, debugging e cobrança de correções.
Rituais-chave: pré-release (ponto de encontro obrigatório para alinhar impactos, datas e comunicações) e bandeirada (comitê que classifica demandas inesperadas por grau de urgência: vermelha, amarela, azul, branca). O resultado é previsibilidade e menos “paraquedas” na rotina.
O maior desafio foi catequizar processos: rodar antes de mudar, revisar frequentemente, tratar bug pego em homologação como plano de ação (não exceção) e dar cadência séria à documentação técnica. Ao trazer QA para perto e reforçar a cobrança estruturada de fornecedores, PX consolidou padrões e reduziu dependência de heróis individuais.
O impacto medido
Menos bugs em produção, relatórios estruturados, monitoramento proativo e squads menos sobrecarregadas. Fornecedores ficaram mais responsáveis e PX passou a ser reconhecido como pilar de ordem no crescimento.
Para outros líderes: não copie por atacado; adapte. Trate processos como organismos vivos e defina “o certo” pelo que funciona agora. Em escala, PX não é luxo, é o que separa crescimento com ordem de crescimento caótico.
Clique aqui e confira o artigo da Bianca Pasini, Head of Product and Head of Product Experience at Aarin Tech-fin, na íntegra.