
No episódio mais recente do Let’s Money Podcast, Antônio Nakad, CMO e cofundador da NG.Cash, detalha a jornada que levou a empresa a se consolidar como o maior banco digital das novas gerações no Brasil. A origem, como ele conta em bate-papo com Gabriel Pereira, passa longe de um plano de negócio tradicional.
“Dois dos nossos fundadores criaram um canal de Minecraft em 2014, quando tinham 15 anos. O canal explodiu e logo surgiu o problema: como um menor de idade recebe pagamento internacional do YouTube? A grana ia para os pais. Isso virou uma dor real. E a gente decidiu resolver.”
Foi essa dor que se transformou em oportunidade. O primeiro experimento, o Neagle Bank, gerou 70 mil contas em um dia. Mas a maior descoberta foi outra: a retenção de menores de idade era mais que o dobro da média do mercado.
“O Banco Central publicou que menos de 10% da geração Z tinha feito um PIX. Isso acendeu um alerta. Essa geração era ignorada. E é a maior do Brasil. Ninguém estava resolvendo isso.”
Autenticidade e função antes da fama
A NG.Cash nasceu com distribuição orgânica e conexão cultural. “A gente sempre falou a língua da nossa audiência. A comunicação é com o jovem, não com os pais. Não criamos um banco infantil, criamos um banco funcional para quem está começando sua vida financeira.”
O onboarding rápido, o app com skins e a estrutura de cartão pré-pago com PIX são só o início. “Nosso objetivo era ser o banco mais rápido do zero ao PIX. Em menos tempo, com menos fricção.”
O que vem depois dos 18 anos?
Com mais de 8 milhões de contas abertas, o desafio passou a ser a retenção quando o usuário entra na fase adulta. A solução: expandir portfólio e usar IA para personalizar a experiência.
“Temos uma geração que não quer esperar, não quer falar com atendente. Nosso app muda de cor, layout, dicas com base no comportamento. IA é parte central da experiência.”
A monetização veio com um modelo de assinatura (R$10), adotado sem rejeição. “Essa geração já paga por acesso em jogos, apps, serviços. Pagaria por um banco que funcione de verdade.”
Mais que banco, cultura
A NG.Cash investe em influenciadores (como Coringa, Veigh e Samuel) e eventos da cultura jovem, como batalhas de rima e turnês de trap. Tudo com linguagem nativa. “A gente não quer ser uma marca que patrocina. A gente quer ser parte da conversa.”

Um exemplo: a campanha com o influenciador “Boca de 09” durante a eleição de 2022. “Demos um dia de presidente para ele realizar tudo o que falou num podcast. Teve 50 milhões de views. Foi divertido, autêutico e culturalmente relevante.”
Construindo o futuro da marca e da geração
Antônio Nakad destaca que o futuro da NG.Cash inclui produtos de crédito (cartão, consórcio, empréstimos) e soluções nativas para dividir contas, cobrar amigos e planejar compras coletivas.
“O brasileiro entra em dívida cedo porque ninguém ensinou. Se a gente ajudar essa geração a tomar decisões melhores, a gente muda o futuro.”
Com uma equipe majoritariamente Geração Z, a NG.Cash segue expandindo sua base e influência. “A gente não quer só ser banco. A gente quer ser a marca que essa geração carrega com orgulho.”
Enquanto muitos tentam entender como falar com os jovens, a NG.Cash já está lá. Criada por quem viveu a dor e construiu a solução, a empresa mostra que a próxima geração bancária será menos sobre tarifas e mais sobre pertencimento, autonomia e relevância cultural.