Foto: Abner Garcia / Let's Money
Foto: Abner Garcia / Let's Money

No novo episódio do Let’s Money Podcast, Guilherme Sacamone compartilha sua trajetória profissional e a missão de liderar a entrada da OKX no Brasil. Com mais de 100 milhões de usuários no mundo, a segunda maior corretora cripto global escolheu o país para lançar produtos inéditos, como o OKX Pay, voltado para o varejo brasileiro que busca dolarização e rendimentos em stablecoins.

“O mercado cripto vai crescer no varejo através das stablecoins. O brasileiro quer dolarizar, ter rendimento em dólar e conseguir pagar globalmente. Estamos entregando isso com uma experiência simples”, diz Sacamone.

A trajetória até o cripto

Formado em Administração, Sacamone passou por BofA, Facebook/Meta e PicPay antes de migrar para o mercado cripto. Seu primeiro contato foi em Nova York, usando Robinhood. A aposta era clara: “As fintechs foram o primeiro boom da minha carreira, cripto seria o segundo.”

Após liderar crescimento na Crypto.com, assumiu o desafio de montar a operação da OKX no Brasil em 2023. Em três meses, estruturou a rampa Fiat com o BTG Pactual, montou um time de 40 pessoas e lançou um plano de localização com atendimento 100% brasileiro.

Personalização, regulação e a visão sobre o mercado brasileiro

Segundo Sacamone, o erro das corretoras globais é entregar um produto padronizado, “igual para a Ásia e para o Brasil”. Por isso, a OKX priorizou UX adaptada ao brasileiro, integração nativa com PIX e um atendimento em português, 24h por dia.

“A gente foi a primeira das grandes globais a trazer atendimento 100% local. Isso muda tudo na experiência.”

Sobre regulação, elogia a abertura do Banco Central ao mercado, mas alerta para desafios como a exigência de capital mínimo, que pode sufocar pequenas empresas. Defende a custódia própria como essencial: “Quase acabaram com o mercado ao cogitar proibir saques de stablecoins.”

A grande aposta: OKX Pay e stablecoins para o varejo

A OKX percebeu que a maioria das pessoas chega ao cripto querendo dolarizar, não necessariamente comprar Bitcoin. O problema: interfaces confusas, cheias de produtos não familiares.

“O varejo buscava dólar, não stablecoin. Via Bitcoin, Ethereum, meme coins e se perdia. Precisávamos de uma experiência separada.”

Assim nasceu o OKX Pay, um ambiente isolado dentro do app, com foco em:

  • Dolarização simplificada via PIX ou carteiras;
  • Custódia própria simplificada, com assinatura via Face ID/Passkey;
  • Rendimento de 10% ao ano (nos primeiros US$ 10 mil), pago semanalmente;
  • Cartão internacional vinculado à carteira, sem IOF.

A solução teve forte adesão. Em duas semanas, o Brasil se tornou o mercado que mais cresce na OKX globalmente. “Stablecoin é produto atemporal, não depende de volatilidade.”

Foto: Abner Garcia / Let’s Money

Mercado institucional e operações B2B

Além do varejo, a OKX atua com liquidez para corretoras locais e bancos S1. Com a regulação prevista para 2026, espera aumento na demanda institucional.

“Parte relevante da liquidez no Brasil já passa pela OKX. Atendemos bancos e corretoras locais.”

Futuro: educação, stablecoins e novos fluxos

A próxima fase é transformar usuários do OKX Pay em investidores mais sofisticados, via educação. A aposta é que stablecoins sejam a porta de entrada para o cripto.

“Quem compra stablecoin já é um usuário cripto. Vamos mostrar o valor da diversificação, do DeFi, do staking.”

Sacamone também avalia o mercado global de stablecoins. Apesar do boom, diz que “não há espaço para todas”: liquidez, regulação e uso real definirão os vencedores. Critica projetos com foco apenas em marketing.

A maturidade do Brasil

Para ele, o Brasil está entre os mercados mais promissores, com adesão crescente e regulação madura. “A próxima onda de crescimento virá das stablecoins no varejo.”

“O Brasil é o quinto país em adoção global de cripto. Temos regulação a caminho, produto bom e base educada. É só uma questão de tempo.”

Gabriel Rios

Editor-chefe

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.