Foto: Abner Garcia / Let's Money
Foto: Abner Garcia / Let's Money

No episódio mais recente do podcast da Let’s Money, Igor Senra, CEO e fundador da Cora, revelou os bastidores da construção de uma das fintechs mais relevantes do país para o segmento PJ. A partir da experiência à frente da Moip e com uma visão clara de que empreendedores precisavam mais do que serviços bancários básicos, ele fundou a Cora com a proposta de ser uma plataforma completa para pequenos e médios negócios.

“Nosso foco é no empreendedor de pequeno porte, que ainda é muito mal atendido. Ele precisa de muito mais do que uma conta digital, ele precisa de um parceiro para gerir seu negócio”, afirma Senra.

Pix, cartão, boletos e mais da Cora

A Cora oferece conta PJ gratuita, Pix, cartão, boletos e funcionalidades de gestão financeira integradas, como conciliação, emissão de cobranças e controle de fluxo de caixa. A ideia é reduzir a complexidade operacional para o empreendedor e centralizar soluções no mesmo ambiente.

“A gente viu que o empreendedor tinha uma conta num lugar, uma planilha em outro, um sistema de cobrança terceiro… A gente quer ser o centro da operação financeira dele”, explicou.

Com 1,7 milhão de contas ativas, a Cora tem crescido de forma sustentável, com foco em receita recorrente e oferta de valor.

Crédito como extensão do relacionamento

Um dos diferenciais da Cora é o modelo de crédito construído com base no uso da conta e no comportamento financeiro dentro da plataforma. Isso permite oferecer limites mais aderentes à realidade de cada cliente e com menor risco.

“Nosso modelo de crédito é feito para quem já está com a gente. Não é uma aquisição de risco. A gente entende o fluxo, a sazonalidade, o padrão de recebíveis daquele cliente”, diz Senra.

Foto: Abner Garcia / Let’s Money

O resultado é um modelo de pré-aprovação mais eficiente, com inadimplência controlada e uma experiência fluida.

Banco licenciado e infraestrutura proprietária

Diferente de outras fintechs que operam via Banking as a Service, a Cora optou por construir sua própria infraestrutura bancária e obteve autorização do Banco Central para atuar como instituição financeira plena. Isso permite maior controle sobre a jornada do cliente e liberdade para desenvolver produtos com mais profundidade.

“A gente decidiu ser banco desde o início. Isso dá mais trabalho, mas é o que garante que a experiência do cliente seja de ponta a ponta com a gente”, destacou.

Essa escolha também facilita a regulação de crédito, operações com valores e emissão de instrumentos financeiros.

Cultura de longo prazo e foco em eficiência

A Cora tem buscado se diferenciar também pela gestão eficiente. Senra revelou que a empresa atingiu o breakeven em 2023 e se mantém com queima de caixa controlada. O crescimento vem com sustentabilidade.

“Não é sobre crescer a qualquer custo. É sobre crescer com qualidade, com retenção, com cliente satisfeito e usando nossos produtos no dia a dia”, afirmou.

Esse posicionamento atraiu investidores com visão de longo prazo e fortaleceu a cultura interna voltada à resolução de problemas reais dos empreendedores.

Gabriel Rios

Editor-chefe

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.