
A história da Size é também a história de seu fundador, Leandro Zen. Nascido no interior, ele sempre teve contato próximo com realidades distintas do mercado. Ainda jovem, trocou o sonho da medicina pelo curso de economia após perceber que sua vocação estava no mundo financeiro. Desde cedo, experimentou os primeiros passos no crédito, ao ajudar na cobrança de cheques em uma rede de clínicas odontológicas, como explicou durante sua participação no Let’s Money Podcast.
“A minha trajetória começou de forma muito orgânica. Eu tinha um dinheirinho guardado, ajudava um amigo cujo pai tinha clínicas dentárias e comecei a entender a lógica das antecipações. Foi aí que percebi que o crédito não era só coisa de banco, mas uma engrenagem essencial da economia real. Essa vivência me despertou para o setor e direcionou meu futuro.”
Primeiros passos da Size
A Size surgiu no interior de São Paulo, quando Leandro, atuando na construção civil, percebeu que poderia antecipar pagamentos de fornecedores e expandir essa lógica para outros clientes. Assim nasceu a operação de risco sacado, modelo que se tornaria um dos pilares da empresa.
Sem recorrer a investidores de risco, a fintech cresceu de forma orgânica, na base do bootstrapping, com visão de longo prazo. Essa abordagem ajudou a construir resiliência e solidez, elementos que marcaram a trajetória da Size.
“Nunca captamos com venture capital. Crescemos na raça, passo a passo, sempre com foco em resultado. Acho que isso nos deu musculatura e disciplina para construir uma empresa que hoje movimenta bilhões e atende mais de 100 mil clientes em todo o Brasil.”
Inovação tecnológica
Um dos momentos de virada da Size veio em 2013, quando se tornou a primeira empresa não bancária a operar recebíveis de cartão de crédito por meio de subadquirência. Poucos anos depois, em 2017, a entrada de sócios desenvolvedores deu início a uma transformação tecnológica.
O que começou como soluções criadas para uso interno logo ganhou repercussão internacional. A plataforma desenvolvida pela Size foi submetida a competições e recebeu prêmios em diferentes países, incluindo EUA e Canadá.
“A gente nunca quis ser uma software house, mas sim resolver problemas reais de crédito. Quando levamos nossas soluções para fora, recebemos prêmios e validações que mostraram que estávamos no caminho certo. Isso nos motivou a continuar inovando e aprofundar a integração tecnológica.”
Crédito via ecossistemas
Atualmente, a Size se consolida como uma fintech de crédito B2B que se integra a ecossistemas de grandes indústrias. A proposta é simples e poderosa: oferecer crédito rápido, barato e seguro a fornecedores e clientes desses setores, sem que a indústria precise se preocupar com a gestão financeira.
A operação é completa: plataforma tecnológica, equipe de originação, inteligência de crédito baseada em big data e precificação ajustada ao risco real de cada parceiro. O resultado é velocidade e eficiência: cadastro e recebimento em até 8 minutos para novos clientes e menos de 5 minutos para operações subsequentes.
“Nosso modelo beneficia todos da cadeia. A indústria fortalece seus fornecedores, os fornecedores conseguem crescer e atender mais, e nós viabilizamos tudo isso com tecnologia e inteligência. É uma operação em que todo mundo ganha.”
Benefícios para PMEs
O grande diferencial da Size está em como transforma o acesso ao crédito em crescimento concreto para PMEs. Ao oferecer condições até 70% abaixo do mercado, a fintech ajuda pequenos fornecedores a expandirem suas operações e competirem em pé de igualdade com empresas maiores.
Casos não faltam: empreendedores que dobraram ou triplicaram de tamanho após terem acesso ao crédito da Size, transportadoras que conseguiram financiar veículos e fornecedores que, antes dependentes de agiotas, passaram a pagar cinco vezes menos em juros.

“A gente vê histórias emocionantes. Já atendemos fornecedores que dependiam de crédito caro e informal, e hoje conseguem crescer de forma estruturada. Já vimos empresários triplicarem de tamanho porque finalmente tiveram acesso a capital de giro em condições justas. Esse é o impacto real que buscamos.”
Resiliência em tempos de crise
A pandemia foi um momento decisivo para a Size. Enquanto muitos players fecharam operações, a fintech decidiu expandir. Com a convicção de que a economia continuaria girando, ainda que em ritmo menor, a empresa intensificou parcerias e ampliou seu alcance.
Essa resiliência se repetiu em outros momentos de instabilidade econômica, reforçando o posicionamento da Size de que o crédito é mais eficiente quando está associado ao crescimento saudável, e não apenas para cobrir deficiências.
“Muita gente acha que empresas de crédito se beneficiam em tempos de crise. Nós acreditamos no contrário: quanto melhor a economia, melhor para o crédito. É quando há mais oportunidades, mais negócios e mais geração de valor.”
Visão de futuro
O futuro da Size passa por ampliar seu leque de soluções dentro dos ecossistemas onde já atua. Além do crédito, a fintech vem desenvolvendo ofertas de seguros, folha de pagamento, antecipação salarial e outros produtos financeiros integrados.
A ideia é se tornar um verdadeiro parceiro financeiro das indústrias, atuando como um “banco do fornecedor e do cliente”. Com isso, a Size reforça seu papel estratégico dentro das cadeias produtivas.
“Nosso foco é oferecer soluções de D0, ou seja, que possam começar imediatamente. Queremos ser cada vez mais completos, atendendo do crédito à conta digital, do cartão ao seguro, sempre com simplicidade e foco na dor do cliente.”
Ao final da entrevista, Leandro Zen deixou dois recados importantes para quem deseja entrar no mercado de crédito. Para quem não tem capital, a recomendação é focar em originação de qualidade e soluções que atendam dores reais do mercado. Para quem já tem capital, a cautela deve ser redobrada: sem canais eficientes de distribuição, os recursos podem se perder rapidamente.
“Para negócio bom sempre há dinheiro. Mas é preciso construir algo sólido, baseado em originação, distribuição e tecnologia voltada ao cliente. E para quem tem capital, cuidado: só o dinheiro não resolve. Sem canais eficientes e sem ecossistemas bem estruturados, o risco de perder tudo é enorme.”
Com mais de R$ 10 bilhões em crédito concedido, presença em mais de 2 mil cidades e mais de 100 mil clientes atendidos, a Size mostra que inovação, resiliência e foco no cliente podem transformar o acesso ao crédito no Brasil. E, sob a liderança de Leandro Zen, a fintech promete seguir crescendo, sempre de olho em novas oportunidades dentro dos ecossistemas produtivos.