Foto: Abner Garcia / Let's Money
Foto: Abner Garcia / Let's Money

No episódio do podcast da Let’s Money, Daniel Coquieri, CEO da Liqi Digital Assets, contou como a empresa vem viabilizando operações de tokenização lastreadas em crédito, com lastro real, liquidação via smart contracts e ambiente regulado. Trata-se de um movimento que aproxima de forma pragmática o universo cripto do mercado financeiro tradicional.

“A gente não quis ser um player de cripto para cripto. O que a gente faz é usar blockchain como tecnologia para resolver ineficiências do mercado financeiro”, resume Coquieri.

Token como formato, não como ativo especulativo

Na visão da Liqi, o token é apenas uma nova infraestrutura para representação e liquidação de ativos financeiros. Em vez de emitir debêntures ou CCBs em papel ou via sistemas fechados, a Liqi estrutura essas operações em smart contracts auditáveis, com regras programadas e registros imutáveis.

“A diferença está no como, não no o quê. Continuamos emitindo produtos conhecidos pelo mercado: CCBs, debêntures, notas comerciais. A diferença é que esses ativos agora nascem digitais, com execução automática e sem dependência de processos manuais”, explica.

Blockchain regulado com segurança jurídica

A operação da Liqi acontece dentro de um ambiente autorizado pela CVM. A empresa foi a primeira a registrar uma tokenização dentro do sandbox regulatório da autarquia. Desde então, vem ampliando a base de emissores e de investidores, com infraestrutura de custódia, emissão, liquidação e distribuição.

“Não estamos falando de token criado em corretora descentralizada. Estamos falando de uma operação registrada, com lastro, com contrato, com regras claras, e que segue toda a legislação vigente”, reforça o CEO.

A própria escritura da dívida e o contrato de emissão já preveem a representação via token. A liquidação ocorre de forma programada, eliminando erro humano e aumentando a transparência.

Casos reais: tokenização de crédito com bancos e empresas

A Liqi tem operado com uma variedade de emissores e distribuidores. Um dos casos citados por Coquieri foi a emissão de uma nota comercial tokenizada por um grande banco, estruturada em parceria com a fintech. Outro exemplo é a emissão de títulos lastreados em crédito do agronegócio, com registro e execução 100% digitais.

Foto: Abner Garcia / Let’s Money

“A tokenização resolve um gargalo logístico. O mercado de capitais ainda é muito analógico. Se você reduz custos, melhora liquidez e traz mais transparência, você destrava operações que hoje não saem do papel”, diz.

Conectando cripto e TradFi sem hype, com solução

Apesar da origem no universo cripto, a Liqi não aposta em narrativas especulativas. A estratégia é usar blockchain como meio, e não como fim. Isso permite dialogar com fundos, bancos, empresas e reguladores com uma proposta concreta: mais eficiência, menos custo e maior previsibilidade para operações financeiras.

“O investidor institucional quer saber de risco, retorno, compliance. Não quer saber se está na blockchain X ou Y. Mas quer saber que a liquidação vai acontecer, que não tem risco operacional escondido. É isso que entregamos”, conclui Coquieri.

Gabriel Rios

Editor-chefe

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.