Com uma estratégia ousada para se tornar um hub global de inovação, Dubai vem atraindo startups e empreendedores do mundo todo, incluindo um número crescente de fundadores brasileiros. Apostando em tecnologia, infraestrutura e políticas pró-negócio, o emirado está moldando um ecossistema favorável à internacionalização e ao crescimento acelerado de novos negócios.
O movimento já mostra resultados. Em 2024, o PIB local cresceu 3,2%, ultrapassando US$ 120 bilhões, enquanto Dubai manteve o 1º lugar mundial em atração de investimento estrangeiro direto e reforçou sua presença entre as 10 economias mais competitivas do planeta.
Para startups em busca de mercados de alto crescimento, a cidade oferece uma combinação rara de ambiente regulatório eficiente, incentivos fiscais e acesso a capital global.
Dubai aposta em conectividade, talento e IA
Segundo Saeed Alnofeli, vice-presidente da incubadora in5, o ecossistema de Dubai se destaca por sua agilidade regulatória e infraestrutura de ponta. “O apoio dos Emirados Árabes a startups inovadoras permite testar conceitos com rapidez em um ambiente favorável”, afirma, segundo o “Startups”.
Localizada em uma posição estratégica, a poucas horas de voo de dois terços da população mundial, Dubai conecta mercados da África, Ásia e Oriente Médio, contando com o porto de Jebel Ali, um dos maiores do mundo, e dois aeroportos internacionais.
A cidade também lidera a digitalização de serviços públicos, com 99,5% das operações disponíveis online, e abriga mais de 20 zonas francas que oferecem 100% de propriedade estrangeira e isenção de impostos. No setor financeiro, o Dubai International Financial Centre (DIFC) concentra 1.200 fintechs e scale-ups e mais de 400 fundos de venture capital.
Entre as metas da Dubai Economic Agenda “D33”, estão dobrar o tamanho da economia até 2033, gerar US$ 27 bilhões em PIB digital anual e criar 30 novos unicórnios.
Ponte estratégica para startups brasileiras
A colaboração entre governo e iniciativa privada é um dos segredos do sucesso local. Programas como a Future100 e hubs como o Innovation Hub, o Dubai AI Campus e o Dtech Sandbox oferecem mentoria, suporte jurídico, capital e conexões globais a empreendedores de tecnologia.
De acordo com Saeed, o modelo de Dubai mostra como integração entre distritos especializados, capital e pesquisa pode criar ecossistemas realmente colaborativos, uma lição valiosa para o Brasil.
Com um mercado aberto, mão de obra qualificada e políticas de inovação ambiciosas, Dubai se consolida como um ponto de encontro entre capital, tecnologia e talento global. Para as startups brasileiras, o emirado se torna não apenas uma porta de entrada para novos mercados, mas também um modelo de como inovação e política pública podem caminhar juntas.