
Em um setor que ainda roda boa parte das operações em planilhas, a Maravi surge como aposta brasileira para modernizar o backoffice das gestoras de investimento. Fundada no Rio de Janeiro em 2023, a startup já processa mais de R$ 150 bilhões em ativos sob gestão e atende a mais de 50 casas, como GV Atacama, Tarpon e Fator.
A proposta da Maravi é simples e ambiciosa: centralizar, automatizar e escalar tudo que acontece nos bastidores de uma asset, do cálculo de impostos à regulação da CVM, passando por risco, retorno e compliance, segundo o “Startups”.
A fundadora Verônica Taquette trouxe da Inoa, empresa de software que cofundou em 2009, o conhecimento técnico e a insatisfação com soluções antigas. “Os concorrentes locais vinham do mercado, não da tecnologia. E os internacionais patinavam com a complexidade da renda fixa no Brasil”, resume.
Ao lado de três sócios e com um aporte inicial de R$ 10 milhões, ela decidiu começar do zero: arquitetura cloud native, APIs abertas, foco em integração e atendimento técnico de verdade, onde quem resolve conhece tanto o código quanto a CVM.
Com um time de 40 pessoas, sendo 15 sócios, a Maravi virou referência entre assets e gestoras independentes. O BlueDeck e o iDeck, seus dois principais produtos, conectam front e back de forma nativa, com módulos adaptados à regulação brasileira.
Crescimento sólido, IA com pé no chão
Diferente da pressa do hype, a Maravi trata a inteligência artificial como ferramenta de produtividade real. IA está presente em funções específicas, como leitura de documentos regulatórios e parametrização automática, mas só quando há eficiência comprovada.
Em maio de 2025, a empresa atingiu o breakeven e hoje cresce em média com três novos clientes por mês. Sem pressa por rodada, o foco está em execução e qualidade, com objetivo claro: liderar o mercado brasileiro antes de pensar em expansão. O nome vem de “mar à vista” e a visão, segundo Verônica, é de longo prazo.