
A América Latina está diante de uma oportunidade histórica com a inteligência artificial, mas pode estar subestimando o tempo que tem para agir. O alerta vem de Paula Bellizia, vice-presidente da AWS para a região, durante o re:Invent 2025. Para ela, a adoção avançada da tecnologia ainda é lenta e precisa ser encarada como um movimento estratégico urgente para evitar perda de competitividade.
“Na América Latina, nós achamos que temos mais tempo do que realmente temos”, disse Paula. “Se as empresas não fizerem seus times entenderem o que a IA representa para o negócio, isso pode acontecer quando for tarde demais.” A executiva defende que a IA é uma aliada para aumento de produtividade e inovação, especialmente em regiões com menos recursos financeiros.
O objetivo da AWS é transformar a região em um polo global de inovação em IA. O Latam-GPT, modelo de linguagem desenvolvido no Chile com suporte da AWS, foi citado como exemplo do potencial regional. Mesmo com avanços, os dados mostram que o uso avançado da tecnologia segue tímido: apenas 12% das empresas no Brasil e 13% no Chile adotam IA de forma robusta, frente a 23% na Europa e 24% na Austrália.
AWS crê em soluções com IA
Entre os principais desafios estão a falta de profissionais qualificados, cultura corporativa e dúvidas sobre o retorno sobre investimento (ROI). Ainda assim, a AWS acredita que a criação de soluções com IA é um exercício de criatividade e que o ROI surgirá à medida que mais empresas experimentarem.
Com investimentos bilionários no Brasil, México e Chile, a AWS aposta na transformação da inovação em uma prioridade estratégica das grandes corporações, e não apenas de startups. “Hoje, inovação é estratégia de negócio. É sobre criar o que ainda não foi criado”, diz Fernanda Spinardi, líder de soluções da AWS Brasil.
Para Cléber Morais, diretor da AWS no Brasil, o país vem se destacando globalmente no setor financeiro. “Hoje, o JP Morgan pergunta ao Itaú o que ele está fazendo com tecnologia”, exemplifica, segundo o “Startups”.