
Os serviços digitais de bancos britânicos começaram a ser restabelecidos após uma interrupção causada pela Amazon Web Services (AWS). A falha atingiu instituições como Lloyds Bank, Halifax e Bank of Scotland, além de centenas de outras plataformas digitais, segundo informações do “Finextra”.
Mais de 4 milhões de alertas foram registrados em sites como o Downdetector, revelando a escala do apagão: de aplicativos populares como Wordle e DuoLingo a operações financeiras básicas, como login em contas bancárias e uso de cartões. O incidente levantou um alerta geral sobre a dependência crítica de serviços essenciais a um número restrito de provedores de nuvem.
Falha da AWS e impacto nos serviços bancários
A falha começou na manhã desta segunda-feira (20), quando a AWS identificou um problema no DynamoDB, seu serviço de banco de dados, na região US-EAST-1. A origem, segundo especialistas, estaria relacionada ao sistema DNS, o que, na prática, impediu que aplicativos acessassem seus próprios servidores.
Os bancos afetados, todos pertencentes ao Lloyds Banking Group, reportaram que os serviços começaram a voltar ao normal ao longo da manhã. Ainda assim, a própria AWS alertou que poderiam ocorrer problemas pontuais no processo de reativação, incluindo erros de capacidade e atrasos em serviços como o Lambda.
O episódio não é isolado. Em fevereiro, mais de 1,2 milhão de clientes no Reino Unido ficaram sem acesso a serviços bancários digitais. Um relatório do Comitê do Tesouro britânico contabilizou mais de dois meses de instabilidade acumulada em dois anos e o padrão se repete.
Redundância vira pauta estratégica
A falha da AWS reacende o debate sobre infraestrutura digital no setor financeiro. Executivos e especialistas vêm defendendo há anos a necessidade de diversificação e testes regulares de resiliência.
Redundância, distribuição geográfica e planos de contingência sólidos deixam de ser recomendação para virar obrigação, especialmente em serviços onde minutos offline significam prejuízos reais e reputacionais.
O silêncio inicial de algumas instituições agravou a insatisfação dos usuários, segundo relatos. Para as empresas afetadas, a mensagem é clara: o downtime pode durar horas, mas os impactos e as disputas vão muito além do relógio.