Foto: Abner Garcia / Let's Money
Foto: Abner Garcia / Let's Money

O Inter trouxe um case de ponta em tecnologia para o palco do AWS Financial Services Symposium Brasil. Em entrevista exclusiva à Let’s Money, o diretor de tecnologia e dados, Carlos Pedrosa, apresentou a Penélope, um agente de IA generativa que combina grandes modelos de linguagem (LLMs), machine learning e bancos de grafos para detecção de fraudes complexas, e já entrega resultados impressionantes.

“É um agente de IA generativa que mescla não apenas LLMs, mas também machine learning e banco de grafos, para escalonar a identificação e comunicação de casos de lavagem de dinheiro, transações fraudulentas e outros crimes financeiros”, explica Pedrosa.

Com Penélope, o Inter conseguiu melhorar 15 vezes a comunicação de casos qualificados ao COAF e automatizar análise que, antes, exigia equipes trabalhando caso a caso, transação a transação. Antes desse agente, a equipe enfrentava gargalos: transações distribuídas, movimentos entre contas, fragmentação de dados, tudo isso dificultava a correlação de comportamentos suspeitos.

“Hoje, de forma automatizada e com poder computacional e IA, correlacionamos casos que anteriormente eram quase impossíveis de detectar manualmente”, afirma ele.

Da experimentação ao case prioritário no Inter

Pedrosa conta que a construção da Penélope nasceu de um ambiente de experimentação em IA: leitura automática de documentos, Q&A inteligente, sumarização e protótipos internos. “Não existe fórmula mágica”, diz.

“À medida que se experimenta, você identifica quais áreas têm mais aderência ao uso de IA, e Penélope foi priorizado porque, sem IA, seria virtualmente inviável processar o volume de dados que o banco lida com milhões de transações mensais e cerca de 41 a 42 milhões de clientes”, avaliou.

O futuro: agentes para o cliente dentro do Super App

Embora Penélope opere nos bastidores, o Inter já mira o uso de agentes IA para os clientes. Pedrosa visualiza consultores financeiros, agentes de seguros e de viagens personalizados, disponíveis 24h e dentro do Super App.

“Não será recomendação massificada, mas sob medida para cada perfil, com sugestões que entregue valor real, adequadas ao cliente naquele momento”, projeta.

O exemplo do Inter mostra como a IA generativa já não é mais “experimento de laboratório”, mas instrumento estratégico para reforçar compliance e oferecer personalização de alta performance. No fim, é um avanço prático em meio à exposição e desafio que define a nova fronteira da tecnologia bancária.

Gabriel Rios

Editor-chefe

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.