Foto: Abner Garcia / Let's Money
Foto: Abner Garcia / Let's Money

Durante o AWS for Financial Services Symposium Brasil, o Itaú Unibanco apresentou sua visão para o futuro da inteligência artificial no sistema financeiro. No keynote de abertura, o CTO Carlos Eduardo Mazzei (Cadu) destacou que a IA deixou de ser apenas uma ferramenta tecnológica para se tornar um novo paradigma de criação e relacionamento.

“A IA não é só sobre tecnologia, é sobre criar produtos mais simples, mais humanos e mais adaptados à forma como interagimos. É a primeira vez que conseguimos replicar capacidades cognitivas humanas, e isso muda tudo na relação com os serviços financeiros”, afirmou.

Itaú estrutura ecossistema de inovação e ciência

Cadu explicou que o Itaú vem construindo um ecossistema de inovação conectada, que integra tecnologia, talentos e pesquisa científica. No centro dessa estratégia está o modelo em data mesh — que conecta as comunidades internas do banco em um ambiente colaborativo e seguro.

“É o grande conector das nossas comunidades. Ele cria um ambiente democratizado e distribuído que permite à IA evoluir e se alavancar sobre tudo o que já construímos em dados, produtos e conhecimento”, explicou.

O sistema viabiliza o desenvolvimento contínuo de agentes inteligentes, produtos personalizados e soluções escaláveis, com aprendizado constante e integração de dados em tempo real.

Outro pilar central é o Instituto de Ciência e Tecnologia do Itaú (ICTI), criado para fomentar a pesquisa aplicada e fortalecer o ecossistema de IA no Brasil. O instituto reúne cerca de 150 pesquisadores externos e 50 linhas de pesquisa — 37 delas diretamente ligadas à inteligência artificial.

“Criamos o ICTI para que o Itaú possa contribuir com o avanço científico do país. Acreditamos profundamente no potencial transformador da IA e queremos ser um vetor de crescimento para o Brasil”, disse Cadu.

Agente Inteligência Itaú e a nova interação com o cliente

Encerrando a apresentação, Cadu apresentou o Agente Inteligência Itaú, um ecossistema de múltiplos agentes de IA especializados que interagem entre si e com os clientes para oferecer experiências mais naturais e personalizadas.

“O objetivo é permitir que o cliente converse com o Itaú de forma natural, sem precisar mudar de canal a cada necessidade. É sobre uma interação única, integrada e relevante”, explicou.

Os agentes funcionam como especialistas digitais em diferentes áreas — crédito, investimentos, atendimento e produtos — conectados por uma camada de inteligência colaborativa capaz de interpretar contextos e preferências de cada usuário. “A interface muda o jeito de interagir. A IA deve se adaptar ao cliente, e não o contrário”, reforçou.

Cultura, segurança e IA responsável

Cadu ressaltou que o avanço da IA no Itaú vai além da tecnologia. “Nossos agentes refletem a cultura e os valores do Itaú. Isso exige investimento em treinamento e em mecanismos de alinhamento para garantir que toda comunicação com o cliente seja natural, segura e transparente.”

Ele destacou o compromisso do banco com IA responsável, publicando estudos e soluções open source em temas como AI safety e defesa contra prompt injection.

“A responsabilidade é essencial, era assim na era do machine learning tradicional, e é ainda mais importante agora. Queremos que a IA seja segura, confiável e capaz de gerar valor real para as pessoas e para o país”, concluiu.

Gabriel Rios

Editor-chefe

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.