
A Lumx, fintech brasileira especializada em pagamentos internacionais com stablecoins, acaba de captar US$ 3,4 milhões para financiar sua expansão regulatória e obter licenças no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa. A rodada foi coliderada pela Indicator Capital, focada em blockchain, e pela CMT Digital, fundo global com investimentos em empresas como Coinbase e Circle, criadora da stablecoin USDC.
A estratégia da Lumx é simples, mas ambiciosa: usar stablecoins como infraestrutura para reduzir o custo e o tempo das transferências internacionais. Em vez de depender da rede tradicional SWIFT, a startup atua como ponte, permitindo que empresas façam pagamentos e recebimentos em minutos, com custos muito inferiores aos bancos tradicionais, segundo o “LatamFintech”.
Fintech brasileira tem foco em tokenização
Fundada em 2022 por Caio Barbosa e Gabriel Polverelli, a Lumx começou com foco em tokenização, mas pivotou seu modelo diante da crescente adoção de stablecoins no mercado global. Atualmente, oferece três produtos principais: recebimento em moeda local convertido em USDC, pagamentos internacionais e intermediação com stablecoins quando a empresa não quer usar cripto diretamente, mas precisa transferir recursos de forma rápida.
A fintech já movimentou cerca de R$ 1 bilhão em 2025, atendendo mais de 20 clientes, entre eles PinBank, Sphere e YellowCard, a maior empresa africana de pagamentos internacionais. A receita vem das comissões cobradas por operação, que variam entre 0,1% e 0,4%.
Com os novos recursos, a Lumx busca consolidar presença em mercados regulados. Está em processo de registro como Empresa de Serviços Monetários (MSB) nos EUA e de licenciamento como Provedora de Serviços de Ativos Digitais (VASP) no Brasil, na Europa e na Argentina.
O avanço da Lumx reforça o papel das fintechs brasileiras na redefinição dos fluxos de capital global. Ao adotar stablecoins como camada de liquidez, a empresa se posiciona em um espaço cada vez mais estratégico, entre a infraestrutura cripto e o sistema financeiro tradicional. Se conseguir escalar a operação regulatória, a Lumx pode transformar o modo como empresas latino‑americanas transacionam com o resto do mundo.