
A Klarna voltou ao centro do palco do mercado financeiro. Em sua tão esperada abertura de capital, a fintech sueca levantou US$ 1,4 bilhão em um IPO na Bolsa de Nova York, um movimento que marca não apenas uma rodada de liquidez, mas um novo capítulo para a empresa e para o setor de fintechs.
As ações da Klarna foram precificadas a US$ 40, acima da faixa indicada, e chegaram a abrir o pregão a US$ 52, estabilizando-se em torno de US$ 46. Com isso, a empresa atingiu uma avaliação de mercado de US$ 15 bilhões, segundo o “TechCrunch”.
Klarna privilegia investidores antigos no IPO
Dos US$ 1,4 bilhão captados, a maior parte não foi para o caixa da empresa, e sim para acionistas antigos. Apenas 5 milhões das 34,3 milhões de ações ofertadas foram vendidas pela Klarna. O restante foi disponibilizado por fundos como Sequoia Capital, BlackRock e Silver Lake, que aproveitaram a alta demanda para realizar parte dos lucros, sem sair da posição.
A Sequoia, maior acionista com quase 23% da Klarna, liderou a oferta secundária. O cofundador e CEO, Sebastian Siemiatkowski, não vendeu nenhuma ação. Já Victor Jacobsson, que saiu da empresa em 2012, vendeu 1,1 milhão de ações, mas manteve uma fatia superior a 8%.
IPO com sinal de maturidade
Mais do que captar recursos, a Klarna buscou reforçar sua credibilidade institucional. Ao envolver grandes investidores e estruturar a oferta com volume expressivo, a fintech sinalizou força em um cenário ainda cauteloso. Analistas avaliam que a operação reposiciona a Klarna como referência no setor, após anos de revisão nos valuations de fintechs.
O IPO não bateu o recorde de 2025 — esse segue com a CoreWeave, que levantou US$ 1,5 bilhão em junho —, mas pode sinalizar um ponto de inflexão. Em um mercado que ainda observa as fintechs com reservas, a Klarna mostra que escala, disciplina e legado ainda fazem preço.
Fundada em 2005, a Klarna foi pioneira no modelo de “compre agora, pague depois” e hoje atende mais de 150 milhões de usuários em 45 países.