
O Pix ganhou reforço em segurança. A partir deste domingo (23) entram em vigor novas regras do Banco Central do Brasil que ampliam o mecanismo de devolução de valores para vítimas de fraudes, agora, mesmo que o dinheiro desviado tenha sido transferido para outras contas ou sacado.
Até agora, o mecanismo só permitia que valores fossem recuperados a partir da conta que recebeu o Pix criminoso. O grande problema: os golpistas rapidamente transferem ou sacam o montante, tornando quase impossível a devolução.
Com as novas regras, o chamado Mecanismo Especial de Devolução (MED) rastreará o caminho do dinheiro, incluindo contas subsequentes, e permitirá que as instituições financeiras envolvidas bloqueiem o valor e façam a devolução em até 11 dias após a contestação da vítima.
O prazo de adoção ainda é opcional até 2 de fevereiro de 2026, quando se torna obrigatório para todos os bancos. O botão de contestação no app bancário, disponível desde 1º de outubro, acelera o processo, com as vítimas acionando direto pelo celular.
Usuários do Pix
Para o usuário, a novidade significa menos dependência de “ser rápido no celular” e mais chance real de recuperar o que foi perdido em golpes via Pix. Para o sistema financeiro, trata‑se de uma evolução no combate às fraudes: o compartilhamento de dados entre bancos e rastreamento em contas intermediárias eleva o padrão da supervisão.
Por outro lado, o novo estágio exige das instituições financeiras sistemas robustos de tecnologia, rastreamento e integração de dados, o que representa custo e desafio de governança.
Este é um passo importante no fortalecimento do Pix como infraestrutura digital de pagamentos, porém, não elimina o risco de golpes. O fator humano e a velocidade continuam críticos: quanto antes houver contestação, maior a chance de sucesso na devolução.