
Bom dia!
Se o Pix foi a revolução dos pagamentos, o próximo passo pode ser ainda mais ambicioso: a Receita Federal está construindo uma plataforma 150 vezes maior para organizar o IVA da reforma tributária.
Um “Pix turbinado” que promete não só processar bilhões de notas fiscais, mas também recolher tributos em tempo real e devolver parte deles via cashback. É a maior aposta em digitalização fiscal da história do País, e pode mudar a forma como empresas e consumidores lidam com impostos.
Na Let’s Money de hoje:
- ⚡ Pix turbinado — A Receita prepara sistema 150× maior que o Pix para dar vida ao IVA da reforma tributária, com split payment e cashback para baixa renda.
- 🕵️ Ataques hacker em série — A PF prende oito suspeitos em SP; operação expõe vulnerabilidades e levanta alerta sobre a segurança da infraestrutura financeira.
- 💻 GPT-5-Codex — IA que ajusta seu “tempo de pensamento” e promete desafiar Claude Code, Cursor e GitHub Copilot na corrida das IAs de programação.
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PAYMENTS
Receita prepara sistema 150× maior que o Pix.
O Pix transformou a forma como pagamos. Agora imagine um sistema 150 vezes maior, carregando não só valores, mas cada detalhe de cada nota fiscal emitida no país. Essa é a promessa da Receita Federal com a nova plataforma para viabilizar o IVA da reforma tributária. Um “Pix turbinado” que não transfere apenas dinheiro, mas organiza a engrenagem tributária do Brasil.
Muito além da transferência instantânea
No Pix, o dado é simples: quem paga, quem recebe, quanto. Já na nota fiscal, cada transação carrega dezenas de campos sobre produto, crédito e cadeia de produção. Resultado: serão 70 bilhões de documentos por ano, cada um com até 150 vezes mais informação do que uma transferência instantânea.
O motor da máquina
O módulo mais ambicioso é o split payment: no momento em que a compra é paga, o sistema já separa e envia automaticamente os tributos para União, estados e municípios. É como se o imposto fosse descontado na catraca, sem chance de atraso, erro ou “noteira” emitindo nota fria. Estudos indicam que o ganho pode chegar a R$ 500 bilhões anuais, praticamente o valor total estimado de sonegação hoje.
O sistema promete também suavizar a vida de quem emite notas. Uma calculadora oficial deve reduzir erros e autuações: se algo estiver errado, o próprio sistema alerta antes de validar o documento. Para os consumidores, a novidade mais visível será o cashback automático de parte dos impostos para famílias de baixa renda.
Do piloto à estrada principal
A estreia está marcada para 2026, em fase piloto, com alíquota simbólica de 1%. Em 2027, o PIS e Cofins saem de cena e dá-se início à CBS no novo formato. Entre 2029 e 2032 começa a transição do ICMS e do ISS para o futuro IBS, consolidando a plataforma como rodovia principal dos tributos no Brasil.
O que está em jogo
O governo promete que não haverá aumento de carga tributária, mas setores como o de serviços já soam o alarme: com cadeias produtivas mais curtas, eles terão menos créditos a abater. A Receita aposta em eficiência e transparência. Mas a pergunta que fica é: o Brasil está pronto para um Pix turbinado capaz de centralizar toda a engrenagem tributária da economia?
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A nova face dos ataques hacker
A Polícia Federal prendeu oito suspeitos de integrar uma quadrilha especializada em fraudes digitais contra o sistema financeiro. A investigação revelou planos para explorar vulnerabilidades em empresas que conectam bancos ao arranjo de pagamentos instantâneos, parte de uma série de ataques que já movimentou cifras bilionárias.
Do cofre ao cibercrime
A operação começou com um alerta da Caixa: dois suspeitos transportavam um notebook com credenciais e acesso à rede interna do banco. Monitorados pela PF, foram seguidos até uma casa na Zona Leste de São Paulo, onde agentes flagraram celulares, pendrives e registros de comunicação entre os hackers. Entre as mensagens, vídeos em que se gabavam de ter acesso ao “cofre de senhas” e até à “senha que gira o Pix”.
O relatório da PF cita codinomes como “SETHH 7”, “RBS” e “BA”, além do envolvimento de doleiros para lavar o dinheiro. O esquema incluía conversão em criptomoedas e envio ao exterior via pequenas fintechs. Alguns dos detidos são investigados por ataques recentes a conectores como Sinqia e C&M, que podem ter causado prejuízos de até R$ 1,5 bilhão.
Ameaça sistêmica
As prisões de sexta-feira (12) não são um ponto fora da curva, mas parte de uma sequência de ataques que testam a resiliência da infraestrutura crítica do sistema financeiro brasileiro. A pergunta que fica não é se novas tentativas vão acontecer, mas quando e se o País está preparado para enfrentá-las.
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OpenAI turbina o Codex com GPT-5
A OpenAI apresentou o GPT-5-Codex, nova versão do seu modelo de programação. O diferencial está no “tempo de pensamento” dinâmico: a IA pode resolver tarefas em segundos ou decidir que precisa de horas para chegar a uma solução mais robusta. Em testes, o modelo superou benchmarks como o SWE-bench Verified e mostrou desempenho superior em refatoração de código em grandes repositórios.Foto: Divulgação / OpenAI
De copiloto a revisor
Além de gerar código, o GPT-5-Codex foi treinado para revisar implementações e fornecer comentários de alto impacto — reduzindo observações incorretas, segundo engenheiros que participaram dos testes. A promessa é de um assistente mais útil e menos “falante por falar”.
O lançamento chega em meio a uma corrida intensa nas IAs de programação. O Cursor já superou US$ 500 milhões em receita anual, enquanto GitHub Copilot e Claude Code disputam o posto de copiloto preferido dos desenvolvedores. A OpenAI quer reposicionar o Codex como peça central desse jogo, oferecendo não só velocidade, mas inteligência adaptativa: uma IA que sabe quando vale a pena pensar devagar.
Entrevista
ANA CARLA ABRÃO DO OPEN FINANCE BRASIL – LET’S MONEY – #021
Nos vemos na próxima edição!
Agora todas às terças.
Abraços,
Equipe Let’s Money