Arte: Abílio Sousa | Dir Arte Let’s Media
Arte: Abílio Sousa | Dir Arte Let’s Media

Bom dia!

A OpenAI entrou de vez no jogo das FinTechs. Ao adquirir o app de finanças pessoais Roi, a criadora do ChatGPT dá um passo simbólico: transformar inteligência artificial em gestora de decisões financeiras.

Mais do que comprar tecnologia, a OpenAI compra talento e propósito, o de criar um assistente que não apenas responde, mas antecipa desejos, entende hábitos e movimenta dinheiro. O “banco invisível” começa a tomar forma, e a fronteira entre IA e finanças nunca pareceu tão fina.

Na Let’s Money de hoje:

  • 💳 O banco invisível da OpenAI — A gigante da IA compra o app Roi e dá o primeiro passo para transformar o ChatGPT em assistente financeiro pessoal. IA deixa de apenas responder: agora, começa a gerir.
  • 🟣 Do roxinho ao purple card — O Nubank pede licença para operar como banco nacional nos EUA e Cristina Junqueira assume o comando local. É o roxinho ensaiando seu próximo ato: virar player global.
  • ⚠️ BC aperta o cerco — Após envolvimento indireto no maior ataque hacker ao Pix, a fintech Voluti tem pedido de licença negado. O recado do regulador é claro: confiança é ativo não negociável.

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A invasão silenciosa da OpenAI nas finanças

A OpenAI deu seu primeiro passo no sistema financeiro: comprou a Roi, um app de finanças pessoais com IA que reunia ações, cripto, imóveis e NFTs em um único painel. A startup será encerrada, mas seu fundador, Sujith Vishwajith, foi incorporado à equipe da OpenAI, um típico acqui-hire com um sinal claro: a empresa quer entender o dinheiro das pessoas para moldar o futuro da automação pessoal.

Do assistente ao assessor

A Roi não era só uma carteira digital, mas um espelho financeiro personalizado. A IA ajustava o tom, o conteúdo e até o estilo da conversa conforme o perfil de cada usuário — de investidores tradicionais a nativos cripto. É esse olhar que a OpenAI quer dentro do ChatGPT: não apenas responder perguntas, mas entender contextos financeiros, preferências e padrões de consumo.

O banco que não tem agência

Com a aquisição e a parceria com a Stripe, que agora alimenta o checkout do ChatGPT e o novo protocolo de Agentic Commerce — a OpenAI está montando algo maior que um produto: um banco invisível, embutido no cotidiano do usuário. Um lugar onde se compra, investe e paga dentro de uma conversa, sem tela de app, cartão ou login.

O que está em jogo na OpenAI

A OpenAI não precisa criar uma fintech. Ela está absorvendo o sistema financeiro por dentro, transformando o ChatGPT em interface de tudo — de e-commerce a gestão patrimonial. O dinheiro, no fim, é só mais um idioma que a IA começa a falar fluentemente.

O que você precisa saber do Mundo 🌍️

  • Guest checkout deve ceder espaço ao agentic commerce
  • 85% dos executivos esperam ganhos em conformidade com IA
  • Bancos britânicos testam depósitos tokenizados em libras
  • Fintechs de Itaú e B3 lideram investimentos no Brasil
  • Google liga IA a dados verificados com protocolo MCP
  • PMEs trocam software por finanças integradas
  • Worldpay aposta em finanças integradas para plataformas
  • Avanços em IA generativa redefinem o mercado financeiro
  • Stablecoin do euro pode destravar royalties tokenizados
  • Truist lança novo cartão Visa para PMEs
  • OnePay vai oferecer cripto e mira superapp financeiro
  • Startups europeias de IA atraem investidores dos EUA
  • Monzo volta a buscar licença bancária nos EUA
  • PayPal aposta em BNPL com cashback no fim do ano
  • Klavi recebe aval para iniciar pagamentos via Open Finance
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Do roxinho ao purple card

O Nubank deu entrada em um pedido de licença para operar como banco nacional nos Estados Unidos, marcando o primeiro passo da sua ambição global. A operação será liderada por Cristina Junqueira, que agora atua em tempo integral em solo americano, e supervisionada por um conselho de peso, com Roberto Campos Neto como chairman e ex-reguladores americanos entre os conselheiros.

Foto: Divulgação

Mais que expansão, é diplomacia

O Nubank não chega aos EUA com alarde, mas com estratégia. A jogada é institucional: conquistar credibilidade junto ao regulador mais poderoso do mundo e começar atendendo latinos já estabelecidos no país, antes de brigar com os grandes bancos locais. É uma entrada cautelosa, mas simbólica: o roxinho quer provar que sabe jogar segundo as regras globais.

O novo ato

Na “estratégia de três atos” de David Vélez, dominar a América Latina foi só o início. Agora, o plano é transformar o Nubank em um banco digital de escala mundial, sustentado por inteligência artificial e uma governança de veterano. O que começou como rebeldia brasileira está virando diplomacia em dólar, e o cartão roxo se prepara para virar purple card.

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O alerta do Banco Central

O Banco Central negou o pedido de licença da Voluti, fintech paranaense suspensa do Pix após ter recebido recursos ligados ao maior ataque hacker já registrado no sistema financeiro nacional, um golpe que movimentou mais de R$ 1 bilhão.

A decisão, publicada no Diário Oficial da União, impede a fintech de operar serviços que dependam de autorização regulatória. Mesmo sem ter sido apontada como cúmplice, a Voluti acabou associada ao caso por ter sido rota de passagem dos valores desviados. O episódio reforça a nova postura do BC: tolerância zero com brechas operacionais.

O recado ao mercado

O caso deixa um alerta claro às fintechs e participantes do ecossistema de pagamentos: em tempos de alta interconectividade, a confiança é tão valiosa quanto o compliance. Não basta ter antifraude; é preciso blindagem reputacional. No novo ciclo regulatório, o erro pode custar mais do que a licença — pode custar o futuro.

Entrevista
Nos vemos na próxima edição!

Agora todas às terças.

Abraços,

Equipe Let’s Money

Gabriel Rios

Editor-chefe

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.