Arte: Abílio Sousa | Dir Arte Let’s Media
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Bom dia!

Se o Pix foi a revolução dos pagamentos, o Nubank quer construir a próxima travessia: permitir compras no cartão de crédito usando stablecoins em dólar. Roberto Campos Neto chama de ponte entre blockchain e bancos tradicionais e vê nesse movimento a chance de transformar moedas digitais de reserva de valor em meio de pagamento cotidiano. O piloto pode até parecer distante, mas o recado é claro: a fronteira entre cripto e finanças tradicionais está cada vez mais curta.

Na Let’s Money de hoje:

  • 🌉 A nova ponte do Nubank — Piloto com stablecoins em dólar no cartão de crédito pode reposicionar cripto como ferramenta de pagamento do dia a dia.
  • 💬 Do zap pro caixa — WhatsApp Business ganha QR code para pagamentos e reforça ambição de ser o balcão digital dos pequenos negócios, tendência que pode bater forte no Brasil.
  • 💼 Private digital — Projeto Arnaud quer reinventar o private banking para “ricos em massa”, atacando um mercado de US$ 255 trilhões com clareza e automação.

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Cartão de crédito, stablecoin e dólar: a nova ponte do Nubank

O Nubank vai testar pagamentos com stablecoins lastreadas em dólar por meio de cartões de crédito. O anúncio, feito por Roberto Campos Neto no Meridian 2025, coloca o banco digital no papel de engenheiro de uma ponte inédita: ligar o blockchain à vida financeira cotidiana.

Até aqui, as stablecoins eram vistas como reserva de valor em tempos de instabilidade monetária. Agora, o Nubank aposta que podem atravessar para o lado do consumo: permitir que um cliente compre no crédito usando dólares digitais. É a tentativa de transformar um ativo de proteção em ferramenta de uso diário.

Blockchain como fundação

Campos Neto defende que o blockchain é o alicerce capaz de sustentar depósitos tokenizados, operações de crédito e serviços bancários convencionais. Mais que inovação tecnológica, a ponte carrega implicações geopolíticas: com a maioria das stablecoins atreladas ao dólar, cada transação reforça a demanda por títulos do Tesouro americano — e acende sinais de alerta na Europa.

Os pedágios no caminho

A travessia não será sem custo. O piloto terá de vencer barreiras regulatórias, dilemas de compliance, liquidez e volatilidade residual. Além disso, será preciso garantir segurança e experiência simples para o cliente — sob risco de a ponte ruir antes de ser inaugurada.

O que está em jogo

Se der certo, o Nubank pode acelerar a adoção de stablecoins na América Latina e inaugurar uma rota em que cripto deixa de ser só reserva de valor e vira moeda de pagamento cotidiana. A questão é: essa ponte vai sustentar o trânsito pesado do sistema financeiro ou ficará como um projeto experimental no papel?

📌 É hoje!
O Fintouch 2025 acontece nesta terça (23), no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo. O maior encontro de inovação financeira do país reúne reguladores, executivos, startups e advogados para discutir temas quentes como fraude, Pix biométrico, tokenização e IA em identidade digital.

A Let’s Money estará lá pelo 4º ano seguido, como patrocinadora e podcast oficial do evento, trazendo bastidores, entrevistas e análises direto do evento.

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  • Cub levanta R$ 30 mi para gestão imobiliária
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Do zap pro caixa

O WhatsApp Business ganhou pagamentos por QR code direto no app, recurso lançado na Índia e que pode mudar o jogo para pequenos negócios. Agora, comerciantes conseguem gerar e compartilhar códigos com um toque, permitindo que o cliente pague sem sair da conversa.

WhatsApp
Foto: Reprodução / LinkedIn

A atualização faz parte da estratégia da Meta de transformar o WhatsApp em uma plataforma completa de comércio digital. Hoje, no Brasil, a “telinha verde” já é vitrine, catálogo, atendimento e pós-venda de milhões de pequenos negócios. Falta apenas o pagamento nativo. A chegada do QR code mostra como esse passo está mais próximo.

Aprendendo na Índia

Com mais de 500 milhões de usuários, a Índia virou o campo de testes perfeito — mas também um mercado onde o WhatsApp Pay não deslanchou, perdendo espaço para rivais como Google Pay e PhonePe. Ao incluir o QR code no app, a Meta tenta reconquistar terreno justamente na base mais disputada: os pequenos comerciantes de rua.

E no Brasil?

Por aqui, onde o WhatsApp é praticamente uma infraestrutura nacional de comunicação, a possibilidade de transformar o “zap” em checkout não é detalhe: é a chance de levar o pagamento para dentro da conversa. E se a experiência indiana der certo, a Meta pode estar a um passo de liberar o caixa dentro do app para os milhões de micro e pequenos empreendedores brasileiros que já vivem dele.

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Um banco digital só para ricos

Ex-fundadores de fintechs como Monzo, Starling e Nutmeg se uniram ao 11:FS para lançar o Projeto Arnaud, um banco digital privado focado nos “ricos em massa”. A ideia é eliminar as dores dos bancos tradicionais — tarifas escondidas, burocracia e produtos antiquados e oferecer clareza, automação e serviço premium.

O alvo são gerações mais jovens de alto patrimônio, que já nasceram digitais e herdarão fortunas nos próximos anos. Enquanto comprar um Tesla pode ser feito em três cliques, ajustar investimentos ainda leva semanas de papelada. O Projeto Arnaud promete mudar esse gap com uma plataforma global, multiativos e transparente.

O mercado não é pequeno: a gestão de patrimônio soma mais de US$ 255 trilhões em ativos no mundo, e só no Reino Unido deve movimentar £ 5,5 trilhões até 2030. Já com £ 50 milhões em caixa, o Projeto Arnaud quer capturar parte desse fluxo e provar que o “banco privado” também pode ser digital.

Entrevista
Nos vemos na próxima edição!

Agora todas às terças.

Abraços,

Equipe Let’s Money

Gabriel Rios

Editor-chefe

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.