
Bom dia!
A Money 20/20 chegou ao fim na última semana com um recado claro: o sistema financeiro global entrou na era da execução. Inteligência artificial, stablecoins e infraestrutura em tempo real dominaram os palcos, e também os bastidores, onde parcerias e protótipos já começam a virar produtos de mercado.
De Anthropic a Western Union, passando por Mastercard, Circle e Google Cloud, a tônica foi uma só: IA como base estrutural das finanças do futuro. E, enquanto o mundo discute o que vem a seguir, o Brasil aparece cada vez mais como referência, com cases de Open Finance e Pix que já são citados nos painéis internacionais. A Let’s Money acompanhou tudo de perto, em Las Vegas, nos EUA, no coração da revolução financeira global.
Na Let’s Money de hoje:
- 🌎 Money 20/20 em Vegas: IA e stablecoins dominam o palco e apontam os próximos trilhos do sistema financeiro global.
- 💰 Pix bate recorde: movimentou R$ 1,7 trilhão em setembro e reforça seu papel como espinha dorsal da economia digital;
- 🤝 ChatGPT Go e Nubank: parceria leva o GPT-5 ao Brasil com descontos e acesso gratuito para clientes da fintech.
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O futuro das finanças foi escrito em Las Vegas na Money 20/20
Las Vegas foi o epicentro da inovação financeira na última semana. A edição 2025 da Money 20/20 reuniu mais de 11 mil participantes, 630 palestrantes e um consenso: o setor financeiro entrou em uma nova era com menos discurso e mais entrega. A Let’s Money esteve lá para ver de perto o que já está saindo dos slides para virar código, produto e operação.
O início do novo ciclo
Logo no primeiro dia, o tom foi dado: IA, infraestrutura e prevenção a fraudes deixaram de ser temas isolados para formar o novo tripé das finanças digitais. Executivos da Mastercard, Standard Chartered e Deutsche Bank falaram sobre o desafio de aplicar inteligência com propósito — e com confiança.
O Sunday Night Live Awards, premiação que abriu o evento, destacou projetos que ampliam inclusão e acessibilidade, como o Projeto Nemo e a Fiserv, premiada por democratizar stablecoins.
IA no centro, stablecoins no palco
Do segundo ao terceiro dia, o ritmo acelerou. O PayPal e a dLocal anunciaram soluções de crédito instantâneo e BNPL para mercados emergentes; a Anthropic e a U.S. Bank mostraram como a IA já está mudando a forma de conceder crédito e gerir capital.
Mas quem realmente chamou atenção foi a Western Union, que revelou o lançamento de sua própria stablecoin, o USDPT, emitido pelo Anchorage Digital Bank. O anúncio marcou a entrada oficial das grandes instituições no jogo da tokenização, e selou o casamento entre finanças tradicionais e blockchain.
Infraestrutura, confiança e o fator humano
As discussões evoluíram de tecnologia para experiência. Infraestrutura virou produto; confiança, ativo. O último dia foi dominado por reflexões sobre personalização, ética e o papel humano na era dos agentes autônomos.
Para Lili Tomovich, do Barclays US, “a confiança será uma das moedas mais valiosas do mundo moderno”. Já para a geração Z, segundo o LinkedIn, tecnologia é o novo diferencial na escolha de instituições financeiras.
No fim, a Money 20/20 mostrou que o futuro das finanças não será sobre o que é possível fazer, mas sobre quem faz melhor.
O palco se apagou em Vegas, mas o recado ficou claro: a próxima década das finanças começou, e a Let’s estava na primeira fila.

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Pix bate recorde histórico

O Pix não é mais um experimento bem-sucedido, é o coração da economia digital brasileira. Em setembro, o sistema movimentou R$ 1,7 trilhão, o maior valor mensal desde a sua criação, consolidando o Brasil como líder mundial em pagamentos instantâneos.
Mais que números, o recorde traduz uma mudança de comportamento: o Pix virou infraestrutura invisível, tão natural quanto o dinheiro na carteira (só que mais rápido e, para muitos, mais confiável).
Do churrasquinho ao varejo digital
As transações entre pessoas físicas ainda dominam, mas o destaque agora é o comércio. Em um ano, as operações de compra e venda saltaram 38% em volume e 26,5% em valor, uma curva que aproxima pequenos negócios da lógica dos grandes.
O movimento também chegou ao crédito, seguros e serviços financeiros, com alta de 127% em valores transacionados. O Pix deixou de ser uma alternativa e virou a espinha dorsal da liquidez no País. Bancos, fintechs e varejistas já operam sobre ele como se fosse parte da rede elétrica, algo que simplesmente precisa estar funcionando.
A economia acelerou. O bolso, nem tanto
O saldo total de crédito chegou a R$ 6,8 trilhões, alta de 10% em 12 meses. As famílias respondem por mais de R$ 4,3 trilhões, com inadimplência estável em 3,9%, mas quase metade da renda comprometida com dívidas.
Enquanto o Pix entrega eficiência e conveniência, o crédito testa o limite da sustentabilidade financeira. A inovação digital avança a passos largos, mas o desafio é garantir que a velocidade do sistema não ultrapasse a do bolso do consumidor.
O Brasil provou que pode ser o país mais rápido do mundo para pagar. Agora precisa descobrir como fazer isso sem correr demais.

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ChatGPT Go chega ao Brasil com o empurrão do Nubank

O ChatGPT Go desembarcou no Brasil em parceria entre OpenAI e Nubank, prometendo levar o poder do GPT-5 a um público muito mais amplo e mais barato. O novo plano custa até 65% menos que o ChatGPT Plus e marca o primeiro acordo global da OpenAI com uma fintech, consolidando o Brasil como vitrine de adoção de IA em larga escala.
Clientes do Nubank terão vantagens exclusivas: um mês gratuito para quem nunca assinou, três meses para usuários do Nubank+ e um ano completo de acesso para o Ultravioleta. Em vez de pontos ou milhas, o benefício agora é inteligência artificial premium, transformando o banco em porta de entrada para tecnologia de ponta.
A jogada é estratégica para os dois lados. A OpenAI ganha capilaridade num dos mercados mais digitalizados do mundo, enquanto o Nubank reforça sua imagem de plataforma de inovação cotidiana, onde o cliente não apenas movimenta dinheiro, mas também ideias.

Entrevista
Nos vemos na próxima edição!
Agora todas às terças.
Abraços,
Equipe Let’s Money