Arte: Abílio Sousa | Dir Arte Let’s Media
Arte: Abílio Sousa | Dir Arte Let’s Media

Bom dia!

O Nubank não está mais sozinho na pista. O Mercado Pago ligou o modo expansão e, com 68 milhões de clientes na América Latina, já aparece no retrovisor do roxo. A estratégia combina marketing de massa — agora com Anitta e Marcos Mion — e reforço de portfólio, de cofrinhos remunerados a crédito calibrado com dados do ecossistema. Mantido o ritmo atual, um empate pode acontecer em quatro a cinco anos. A corrida deixou de ser de um só carro, e o Nubank precisa começar a olhar pelo espelho.

Na Let’s Money de hoje:

  • 🚗 Mercado Pago no retrovisor do Nubank — A fintech do Mercado Livre acelera com Anitta, Marcos Mion e cofrinhos remunerados para encostar no roxo;
  • 🤖 Quem dorme decide? — O Pulse do ChatGPT inaugura a era das finanças proativas, mas levanta dilemas de governança e consentimento;
  • 💶 Stablecoin europeia — Bancos do continente preparam moeda estável em euro para 2026, mirando pagamentos programáveis e autonomia frente ao dólar.

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Mercado Pago acelera e entra no retrovisor do Nubank

O Mercado Pago ligou o modo expansão. Com 68 milhões de clientes na América Latina e crescimento anual de 30%, a fintech do Mercado Livre já aparece no retrovisor do Nubank — hoje com 120 milhões de usuários e crescendo a 20% ao ano. Se a velocidade se mantiver, um empate pode acontecer em quatro a cinco anos.

Do marketplace ao banco digital

A estratégia é clara: deixar de ser apenas a carteira do e-commerce e virar banco completo. O portfólio já reúne investimentos, crédito, cartões, seguros e cofrinhos remunerados — agora também para empresas. Na prática, a meta é aumentar a permanência do cliente no ecossistema e destravar cross-sell, com funding barato e inadimplência ainda controlada.

Marketing de massa como combustível

Se no início Anitta foi o rosto da marca, agora Marcos Mion entra no jogo. O apresentador vai usar o alcance de seu programa em TV aberta para falar de produtos do Mercado Pago em formato de game show. A leitura interna é simples: visibilidade gera download, ativação e saldo nos cofrinhos.

O jogo dos próximos trimestres

Para ultrapassar o Nubank, o Mercado Pago precisa converter awareness em uso recorrente fora do marketplace. O pacote está pronto: crédito calibrado com dados do ecossistema, integração entre varejo e banco digital e mais produtos de investimento. Se conseguir executar sem perder qualidade de risco, o mercado pode ter um segundo polo de referência em banco digital na região.

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Quem dorme decide?

O Pulse do ChatGPT inaugura a era do assistente proativo: enquanto você dorme, ele analisa, cruza dados e entrega um briefing pela manhã. Parece avanço tecnológico, mas a provocação é financeira: o que acontece quando sua gestão de dinheiro começa a ser decidida antes mesmo de você acordar?

Foto: Reprodução

O assistente pode sugerir realocação de caixa, renegociar dívidas ou apontar riscos escondidos. Mas aí surgem as perguntas incômodas: quem define os limites de atuação? Quem responde se a IA sugerir algo fora da sua política de investimentos? E quando a conveniência vira risco, há trilha de auditoria suficiente para separar decisão de automação?

Mais do que ferramenta, o Pulse pode virar compliance officer pessoal, reconciliando extratos, caçando assinaturas esquecidas, otimizando cartões. Só que sem logs auditáveis e revisões humanas periódicas, a zona cinzenta cresce: até que ponto você está mais rico ou apenas mais terceirizado?

No fim, o futuro das finanças pode ser uma rotina silenciosa, com a IA orquestrando caixa, crédito e investimentos em segundo plano. A diferença entre ganho de eficiência e perda de controle não estará no algoritmo, mas no desenho dos incentivos e na clareza do consentimento.

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A stablecoin europeia quer sair da sombra do dólar

Nove bancos europeus — liderados pelo ING e com nomes como CaixaBank, UniCredit e SEB — se uniram para lançar, em 2026, uma stablecoin em euro sob o marco regulatório MiCAR. A ambição é dupla: reduzir a dependência de tokens atrelados ao dólar e criar um padrão único para pagamentos programáveis e cross-border 24/7.

Foto: Reprodução

O consórcio aposta na programabilidade como diferencial: de liquidação instantânea a cash management automatizado, passando até por casos futuros como royalties tokenizados. Enquanto o euro digital do BCE avança em outro trilho, mais voltado ao varejo, a stablecoin bancária nasce on-chain e interoperável, mirando B2B, governo e grandes fluxos internacionais.

O que está em jogo é a autonomia estratégica da Europa e um novo trilho de receitas para bancos. Mas o desafio é de execução: garantir reservas seguras, atrair comerciantes e convencer o mercado de que o euro também pode ser a moeda estável do futuro digital.

Entrevista
Nos vemos na próxima edição!

Agora todas às terças.

Abraços,

Equipe Let’s Money

Gabriel Rios

Editor-chefe

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.